Resenha: Cosmogonias | Cadu Simões (vários artistas)

Título: Cosmogonias
Roteiro: Cadu Simões
Artes por: Jozz, Mario Cau, Mario Cesar, Juliano Kaapora, Camila Torrano e Will.
Ano: 2016
Editora: Produção Independente
Onde comprar: Ugra Press
Páginas: 36
Classificação:
Sinopse
Algumas histórias curtas do Cadu Simões, resultado de escritas em publicações durante mais de 16 anos de carreira como roteirista. "Em comum essas histórias falam sobre criação, em seus mais diversos aspectos, seja a criação de mundos, a criação de vidas ou ainda a criação de histórias. E com a criação vem a destruição, pois todo início requer um fim, toda vida caminha para a morte, assim é o ciclo cosmogônico." - Cadu Simões

Resenha


Com um ritmo de leitura rápido e fluído, Cosmogonias de Cadu Simões traz um conjunto de pequenas histórias desenhadas pelos mais diversos artistas e que entregam enredos que tratam basicamente da criação, da concepção (seja da vida, do universo e tudo o mais) e do oposto, ou seja, da morte e da destruição.

A primeira história é Cosmogonia, desenha pelo artista Jozz e traz um homem que prestes a começar mais um dia rotineiro se depara com o sumiço de tudo. Ele conhece o autor do universo, o questiona e descobrimos na conversa entre os dois, como um novo universo será formado. 

Cosmogonia. (Cadu Simões, arte por Jozz)


Já em Always Look On The Bright Side of Life (provavelmente referência a Monty Python) é desenhada por Mario Cau (Terapia, Monstruário). A morte chamada de Tánatos, aparece para impedir que um homem se mate. O motivo é um tanto peculiar: acontece que Tánatos precisa ir ensaiar com sua banda de Death Metal e não quer se atrasar, já que o suicídio do homem daria muito trabalho. Acompanhamos ótimos diálogos entre a morte e o homem desolado até um ótimo desfecho!

Nas quatro páginas de 1º Estásimo de uma Cosmogonia Quântica Hesiódica Platônica Ovidiana, desenha por Mario Cesar, a criação do universo (assim como um boot de um sistema) é criado a partir do Kaos. Todas as informações misturadas chegam - como em um ciclo - ao estado semelhante ao nosso atual. Uma das melhores histórias e uma das mais reflexivas desta HQ. 
"Dentre as musas, funções-programa numinosas, estava Calíope, a belíssima voz que brilha no negror da eterna noite, carregando em si a configuração do sistema multiuniversal, formatando o não-ser em ser."
Em A Jornada do Herói Quadrinista com desenhos de Juliano Kaapora (Acelera São Paulo), é a quarta história desta edição. A cada quadro - sem o uso de balões - acompanhamos a batalha de um centurião romano que precisa enfrentar uma medusa, que parte como referência ao mundo da produção de quadrinhos.
A quinta história é Catábase e trata-se de uma prosa sobre perda, a chegada da morte, o encontro com o Senhor dos Mortos, a renovação e uma maneira de lidar com a dor. O design de edição e ilustração ficou por conta do desenhista Will (Demetrius Dante).
"Quando menos esperava, veio sua catábase. Na verdade, ele a esperava, sim. Como contador de histórias, era capaz de enxergar as estruturas narrativas de sua própria vida, e a catábase é uma parte essencial da jornada."
E para finalizar, Onde Estão os Tatus-Bolinha? traz a arte de Camila Torrano e uma história sobre o desaparecimento desses bichos que faziam parte das brincadeiras de rua. 

Já conhecia Cosmogonia e Always Look On The Bright Side of Life, por ter lido na plataforma Petisco e me encantado. Nessa versão física, conheci outras histórias excelentes. Na obra, com poucos quadros e com narrativas curtas, o roteiro do Cadu somado às artes, conseguem passar ideias objetivas que nos servem para reflexão. Uma curta coletânea com simplicidade em números de páginas, mas que é grandiosa em transmitir mensagens.

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