Resenha: Resident Evil: Nêmesis #5 | S. D. Perry

Título: Resident Evil - Vol.5 - Nêmesis.
Autora: S. D. Perry
Editora: Benvirá
Páginas: 253
Classificação: Nenhum texto alternativo automático disponível. Nenhum texto alternativo automático disponível.
Sinopse: Um mês após os acontecimentos bizarros da mansão Spencer, a agente do S.T.A.R.S Jill Valentine encontra-se suspensa do seu esquadrão, devido a tática de descrédito e suborno empreendida pela Umbrella Corporation. Entretanto, após um mês daquele fatídico incidente, a cidade inteira é assolada pelos zumbis e agora, Jill se vê presa na armadilha gigante que se tornou Raccoon City. Além disso, uma criatura implacável que possui o objetivo de liquidar os S.T.A.R.S foi solta na cidade. Sobreviverá Jill a mais um embate contra as aberrações da Umbrella?


Resenha:

Aviso, talvez essa resenha contenha informações referentes aos outros livros. A história de Resident Evil está interligada, portanto, até para aproveitar a experiência, talvez entre em alguns livros anteriores. Possivelmente o "Conspiração Umbrella" e "A cidade dos mortos

Chegamos ao quinto livro de Resident Evil. A história do Esquadrão Tático de Resgate de Raccoon City, caminha para um ponto crucial, onde agora a praga de zumbis avança de locais fechados para locais abertos. A praga do T-vírus é espalhada e esse livro, juntamente com o "A cidade dos mortos" consegue relatar algo bem parecido com os filmes precursores dos zumbis na cultura pop. Alguém falou aí em Romero? Por esse motivo, a cidade de Raccoon City deixa de ser apenas uma localidade qualquer, para se tornar um protagonista. Algo que, no gênero zumbi, dificilmente acontece e é digno de nota.

O livro mostra a cidade como um todo. Passando pela R.P.D (Raccoon Police Department) visitada no livro #3 da série. Com menos detalhes do que no livro anterior - já que grande parte daquele livro se passa no R.P.D, visitando o Jornal, Restaurante, Parque, Estação de Trem, Torre do Relógio, Hospital, Estação de tratamento de água... enfim, como uma cidade de médio/grande porte (eu moro em uma cidade considerada grande e não tem uma "torre do relógio" principal).

Além da cidade, continuamos a história de Jill Valentine, que, aparece fracamente no "O incidente de Caliban Cove", onde é explicado que ela ficaria na cidade. Pois bem, Jill foi suspensa, juntamente com os outros S.T.A.R.S. Portanto, foi pega, quase de surpresa, no meio do caos que explodiu na cidade. Embora as chances parecem contra ela, não enfrenta o caos sozinha. No meio do caminho, encontra-se com o ex-mercenário Carlos Olivera, que se revolta com a Umbrella por deixá-lo no meio daquele caos. Inclusive, uma parte inteira do livro vivida apenas por Carlos (precisamente, 17 pgs).

A interação, embora um pouco mecânica, se considerarmos o outro casal "Leon e Claire", vai evoluindo a medida que esses personagens precisam enfrentar situações onde os dois precisam trabalhar em conjunto. Exemplificando: para ligar o trem, é necessário uma bateria e um cabo. Um em cada lado da cidade. Os dois trabalham bem nesse sentido, de conquistar o objetivo em comum, mesmo que distantes fisicamente. A dinâmica acima é apresentada em alguns momentos durante a leitura.

Carlos Olivera, um ex-mercenário da Umbrella, foi designado, junto com Yuri e Nicholai, para proteger o perímetro dos laboratórios da Umbrella na cidade, entretanto, quando perceberam que foram abandonados pela sorte, começam a trabalhar para sobreviver, entretanto, talvez sobreviver não seja o objetivo de um deles...

Valeria um livro para o personagem que a inspiração não é somente sobreviver, mas ele ainda não lançou. Quando lançar, comprarei, sem dúvida. É o vilão mais cerebral de Resident Evil apresentado até hoje. Pensamento puramente lógico, por mais cruel que seja. E por essa lógica cruel e um objetivo tão cruel quanto, esse é um vilão que merece um destaque. É bem complicado falar dele sem citar nomes, mas acho que estraga a experiência da leitura. 

Em compensação, há um outro vilão que merece até um subtítulo. De jogo, de livro e na resenha também, por que não...

Nêmesis. STAAAAAARS...

Primeiro. Vamos fazer aqui, um exercício mental. Você é um agente de uma força policial inserido nesse local estranho, com zumbis. Eles são lentos e fracos e, mesmo que você esteja armado, não precisa utilizar armas para lidar com eles. Embora o cenário pareça assustador, talvez você, como agente, consiga escapar desse pandemônio, certo?

Agora, insira na equação uma criatura aterrorizante. Quase 2m30 de altura. Puro músculo. Rápido. Com armamento pesado. E não morre por armas comuns. E o único objetivo dessa aberração é te perseguir. Complica um pouco né?

Pois bem. Nêmesis não fala nada. Não atua. Não tem planos. Não tem aliados. Somente uma missão. Quase como um ciborgue do "Exterminador do Futuro", com a única missão de eliminar os policiais do S.T.A.R.S - no caso a solitária Jill Valentine.

No jogo, cada ondulação do vento, cada esquina, era possível ouvir o grito "STAAAAARS..." e dar uma tremida no controle. Era o tipo de vilão que você - utilizando uma tática célebre de Jack Sparrow - lutava para fugir. Não morria, munição infinita, corria mais que você, e ainda em alguns momentos, te infectava.

Entretanto, um ponto falho do livro é que, talvez, o fator apreensão com o Nêmesis não tenha sido apresentado por completo. Talvez a experiência de ser diretamente responsável pela sobrevivência de Jill em vez de observar a história como um terceiro implicou na diminuição dessa sensação por esse que vos fala.

Concluindo...

Esse livro marca o fim da cidade de Raccoon City na história de Resident Evil. Originalmente, no Japão, o jogo que deu origem a esse livro, chama-se "Biohazard - The last escape" - a grande fuga - algo que combina bem com o terço final do livro. 

Agora que terminamos a saga de Raccoon City, é necessário montar uma mini-cronologia aqui:

  • Julho de 1998 - "Conspiração Umbrella";
  • Dia 28/09/1998 - "Nêmesis" 
  • Dia 29/09/1998 - "A cidade dos mortos;
  • Dia 30/09/1998 - "Nêmesis - fim de Raccoon City"

A cronologia mostra que o livro atual ocorre em dois momentos diferentes. Um ponto crucial é quando o livro foca somente em Carlos, por motivos de "resfriado" de Jill. Durante o momento que Jill está fora de combate, a história de Leon e Claire é contada. Algo que, no meu conceito é genial e, tal cronologia foi trazida nos livros. Um grande acerto de S. D. Perry.

O grande fim de Raccoon City marca o fim daquela cidade criada pela Umbrella para disfarçar seus experimentos virais. Não quer dizer que a empresa acabou, mas que talvez - e só talvez - os experimentos com o vírus zumbi (T-vírus) ganham uma nova escala, mas deixa Raccoon City, como cidade que ganhou um grau de protagonista dessa série memorável.

Por fim, é necessário fazer uma menção ao Trent. Onde a história desse personagem começa a se cruzar com a transcrição no jogo. Observando e auxiliando os personagens principais - até agora, 5 (Chris, Claire, Jill, Leon, Rebecca) - em prejudicar a Umbrella cada vez mais. Dá até pra começar a considerar Trent um aliado e um personagem que seria digno de entrar no cânone original de Resident Evil.

Eu como jogador de Resident Evil, me senti representado nessa leitura. Resident Evil: 3 (jogo) foi o que eu mais joguei e terminei. A história é transcrita de modo a prender o leitor e que faz com sucesso. "Resident Evil: Nêmesis", disputa com "A cidade dos mortos" o título de melhor história de Resident Evil. Várias ramificações, criaturas bizarras, a sensação do perigo iminente - mesmo que em versão diminuída - transformam esse livro num importante concorrente a ser o melhor livro da melhor saga de zumbi já feita.

Escrito por Alvaro Dias

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