Resenha: Volta para casa | Harlan Coben

Título: Volta para casa
Autor: Harlan Coben
Editora: Arqueiro 
Páginas: 299
Classificação: Nenhum texto alternativo automático disponível.
Sinopse: Dois garotos de 6 anos desapareceram quando brincavam em casa. Após a primeira tentativa/pedido de resgate, as famílias nunca mais tiveram notícias dos seus filhos.
Passados 10 anos, Win acredita ter encontrado um dos dois meninos e precisam encontrá-lo para obter as respostas sobre o que aconteceu no dia que os garotos foram raptados? Onde o garoto esteve nesse tempo? E, principalmente, onde e o que aconteceu com o outro garoto?



                                                 Resenha

O livro é mais um livro do Harlan Coben que conta a saga de Myron Bolitar. Pra quem ainda não conhece essa saga genial, eu falei um pouco dela aqui - e é interessante ler esse textão que eu fiz a respeito da saga toda no livro "A promessa". 

A própria sinopse do livro fala que o longo inverno da saga Myron - 10 anos - acabou, mas, pelo jeito só para dar uma pitada de sobremesa. Explico durante a resenha...

A história desse livro conta a história de dois garotos desaparecidos. Dez anos depois do desaparecimento, um deles aparece em Londres, visto por Windsor Horne Lockwood III. Por coincidência, o outro garoto desaparecido é filho de uma prima (Brooke) de Win, então, durante o tempo em que ele esteve "desaparecido" - possivelmente o tempo que o autor não revisitou a saga - Win estava investigando esse caso. 

Vendo que ele não conseguiria resolver esse caso sozinho - até porque, os dois personagens se completam desde que eles existem - Myron, noivo de Terese Collins (jornalista) - parte para ajudar o amigo em Londres. 

O livro conversa muito com os dramas de famílias que possuem seus filhos sequestrados. Imaginar esse tipo de coisa, talvez seja um dos grandes aspectos de escritores no geral. As duas mães possuem personalidades diferentes. Uma delas (Mandy), é relativamente chorosa, não consegue disfarçar a tristeza e como isso abalou sua vida - divorciou-se de seu marido Hunter. Por outro lado, Brooke é uma mãe que absorveu as mazelas de um desespero por não ver a história do sequestro de seu filho mais novo concluída. Esse é um ponto diferente das histórias de Myron.

Outro ponto - e esse até fez com que eu vibrasse - foi o crossover entre os personagens da saga de Myron (Esperanza e Big Cindy), com os personagens da saga Mickey Bolitar (Refúgio; Uma questão de segundos; A toda prova). Ver a Ema e o Colherada interagindo com o Myron foi como ver "Vingadores" e "Guardiões da Galáxia" (a essa altura, já terei visto o filme dos "Vingadores - Guerra Infinita"). Um daqueles crossovers, devidamente explicados e encaixados no mundo proposto pelo autor. Aliás, essa receita de misturar as habilidades de cada personagem em um único Universo poderiam ser aprendidos por algumas outras sequencias literárias #fikdik.

O livro encerra quase como um desfecho digno de Harlan Coben. Digo que adivinhei o acontecido dois capítulos antes, mas foi por causa do autor que deixou uma dica bem plantada - coisa rara vindo de Coben. E a tristeza de ver o que, pra mim, é o fim das histórias de Myron Bolitar, foi complementada com a alegria de acompanhar um personagem por tanto tempo.

Concluindo...

Matar a saudade do personagem Myron Bolitar foi algo surpreendente. Esperava esse livro desde que foi divulgado que ele seria lançado pela Arqueiro aqui no Brasil. Então, dia 02/04 eu fui na livraria pra comprar e... qual a minha surpresa que já estava esgotado. 

Esse é o tamanho do fanatismo. Uma Saraiva megastore com os livros esgotados no dia do lançamento. Só consegui comprar quando estava na casa dos meus avós em São José do Rio Preto - e terminei por lá mesmo. 

Mas, como alegria de pobre dura pouco, talvez esse seja o último livro com o Myron como personagem principal. É clara a passagem de bastão para o seu sobrinho Mickey. E, assim como a vida, o papel de detetive/investigador de Myron Bolitar, talvez tenha acabado. 

Não que eu queira que acabe, é que, para mim, talvez encerrar do jeito que está com os mais de dez livros da história do personagem seja o certo. Não que sature - eu, pelo menos, dificilmente me saturaria. Mas é complicado ver os personagens principais "sendo passados para trás" (acontece algumas vezes durante a leitura. Para parafrasear, é quase como um "tropa de elite 2". Todo mundo esperando que seria aquela porradaria do primeiro e a tal "porradaria" só ocorre MESMO no fim do filme). E a vida segue seu ritmo. 

Claro que eu ficaria feliz com mais histórias do Myron, mas acho que o caminho a ser seguido é o bastão passar para Mickey com aparições pequenas de Myron, como nos sidestories. 

Um último fato que aconteceu na hora da compra do livro. Recomendei para uma senhora. Ela disse que adorava Harlan Coben, mas não sabia que "Volta para casa" era o novo. Me agradeceu e, assim como eu, saiu super feliz da livraria.

Enfim. É um excelente livro, com um excelente mistério, com gosto de nostalgia e aquele sentimento que a vida segue, ou, como um autor que eu gosto muito diz: "O ka é uma roda" - significando, além de outras coisas, que o destino segue sempre seu caminho.

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