Resenha: O Perfuraneve | Lob, Rochette, Legrand

Título: O Perfuraneve
Roteiristas: Lob e Legrand
Desenhista: Rochette
Editora: Aleph
Número de páginas: 280
Classificação
Sinopse: O Perfuraneve se passa na terrível e eterna Era do Gelo, onde a sobrevivência humana parece impossível. Porém, cruzando as infinitas terras devastadas, o último bastião da humanidade segue, imparável, sobre os trilhos: o Perfuraneve. Esse trem fantástico, de tecnologia revolucionária, é capaz de cruzar a Terra eternamente em moto-contínuo, abrigando os últimos representantes da espécie humana. O que seria a salvação do homem, no entanto, torna-se com o tempo uma cruel reprodução dos bons e velhos mecanismos que levaram o planeta à destruição, incluindo a rígida estratificação social, a opressão política como forma de dominação, o embuste religioso e a consequente alienação.


Resenha 

O Perfuraneve é uma HQ escrita por Lob e desenhado por Rochette, possuindo ainda duas continuações (O Explorador e A Travessia), uma parceria entre RochetteLegrand.


   A HQ narra um futuro no qual a raça humana foi dizimada da face da terra devida a uma tempestade de neve que retoma ao período glacial. No lugar da calamidade instalada, um trem com engrenagens fortes o suficiente para nunca parar, trabalha de modo contínuo. Lá dentro, as pessoas são separadas por um sistema de castas: ricos à frente, pobres atrás. Nesse meio que os separa, o trem é organizado desde o vagão destinado para uma cozinha, passando por cenários como uma  espécie de igreja e até mesmo uma aconchegante sala de cinema.
   Entretanto, só quem desfruta desses prazeres são os ricos. Os pobres, confinados a uma vida de miséria, são impedidos de se aproximar de qualquer parte a frente do Perfuraneve que não os próprios vagões finais. 


   É interessante perceber como Lob conseguiu uma justificativa para milhares de perguntas pré-estabelecidas. De onde vem a água? A comida? Como a lei é imposta? Quais os meios de entretenimento para uma sociedade cuja vida se resume a nada mais que um trem?
   De certa forma, a história narra uma realidade evidente na política atual. Enquanto indivíduos no poder tem arrecadado cada vez mais fortuna e luxo para si, pessoas que necessitam de ajuda sofrem as consequências por serem deixadas cada vez mais de lado.
   Dentro desse sistema, somos apresentados ao protagonista da obra. Proloff é um sobrevivente dos vagões finais que tenta fugir do sofrimento, mas que logo depois é capturado e corre atrás de uma maneira para salvar aqueles que estão esquecidos nos fundos da locomotiva.
   Tive a oportunidade de assistir a adaptação da obra O Expresso do Amanhã. Apesar de ter gostado como filme (com exceção do final), a falta de fidelidade é encontrada desde o começo, falhando como adaptação. Ainda assim, a maneira como é retratada a vida dentro da locomotiva é interessante, podendo agradar alguns leitores e cinéfilos.



– Quote 

Gire, perfuraneve,
Gire sem parar,
Gire feito roda-gigante
Sobre nossa terra congelante

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