Resenha: A Origem | Dan Brown

Título: Origem
Autor: Dan Brown
Editora: Arqueiro
Páginas: 427
Classificação: Nenhum texto alternativo automático disponível.

Sinopse: Uma apresentação que promete abalar os pilares da fé das religiões mundiais. O futurólogo Edmond Kirsch tem esse objetivo, através de uma apresentação que promete causar uma reviravolta. Durante a palestra, Edmond é assassinado e, como ex professor do futurólogo, Robert Langdon, juntamente com a curadora Ambra Vidal, tentando fazer com que a exibição seja transmitida mundialmente, sem saber que agora, seu principal algoz pode ser a Coroa de um país.

Disclaimer:
Antes de começar a resenhar esse livro, quero falar uma coisa. Eu ODEIO Dan Brown. Não estou dizendo que ele é um escritor ruim, nem desprezando quem gosta, mas, na minha opinião, um escritor com uma fórmula “beijada” não pode gerar o efeito que os livros dele geram nas pessoas – e isso é um inconformismo da minha pessoa. Os 4 primeiros livros dele – Anjos e Demônios, Código da Vinci, Fortaleza Digital e Ponto de Impacto – são escritos com os mesmos modismos, as mesmas soluções, os mesmos momentos. E são todos perceptíveis (Também preciso falar aqui que, embora eu tenha essa opinião, um dos momentos de leitura mais sensacional de todos os meus 31 anos foram proporcionados por Anjos e Demônios). Eu nem vou falar aqui de Inferno, onde, na opinião desse resenhista, o filme conseguiu ser melhor que o livro (poucas vezes isso aconteceu comigo).
Ainda, qualquer palavra que for dita aqui a respeito do livro vai tentar ser o mais impessoal possível (olhem a quantidade de estrelas) e, ainda, comprei todos os livros lançados por ele até hoje, tendo o “Anjos e Demônios” em capa dura com ilustração, o que mostra que esse resenhista tem certas tendências masoquistas... sendo assim, essa resenha vai tratar de Origem, mas também dos padrões envolvidos nos livros do Dan Brown (ou os que eu consigo detectar), do que eu acho acertado e os erros desses padrões... mas enfim, temos de conversar sobre “Origem”...
Resenha:
O livro se passa em território espanhol – conhecida mundialmente pela sua arte – amplamente explorada na cidade de Barcelona. Os lugares são extremamente bem detalhados – é possível fazer com que o local descrito seja imaginado por todos, isso é um tremendo mérito do Dan Brown, relacionando a palestra que será apresentada por Edmond Kirsch a Gaudí e a William Blake – os dois pilares artísticos utilizados para desenvolvimento da trama.
A história acontece com elementos já conhecidos dos livros do Dan Brown, motivo primordial do meu ódio pelo escritor, o professor envolvido diretamente (Robert Langdon é um grande acerto do autor), a personagem feminina que auxilia o professor, no caso, temos Ambra Vidal, a curadora do museu de Guggenheim da cidade de Bilbao e, por algum motivo que não é possível detectar nas primeiras páginas do livro, uma celebridade espanhola. Do lado do vilão, temos o bispo Valdespino, que defende as tradições referentes a Igreja Católica – muito forte na Espanha, desde o tempo do “golpista” Franco – e a sua, vamos chamar de “mão”, Luis Avila, um almirante reformado espanhol que teve sua família como vítima de um atentado na Igreja de Sevilha. Por trás de tudo isso, temos o príncipe Julian, herdeiro do trono real. Ninguém conhece o herdeiro, devido a personalidade de seu pai, o Rei.
Enfim, essas peças fazem parte do tabuleiro complexo, pero no mucho, da aventura escrita por Dan Brown.
Todas essas peças geralmente fazem parte de uma sopa de letrinhas, bem ordenadas até, pelo escritor. “Mas o que esse livro tem de diferente dos outros?”.
A peça diferente desse livro – normalmente algo referente a cultura do local onde a história ocorre (O vaticano, Roma, Paris e Bélgica, Washington D.C), com informações históricas que auxiliam na trama – agora passa a ser a inteligência artificial.
Utilizando o personagem “Winston”, Dan Brown consegue desenvolver a trama além do habitual referente as histórias de Robert Langdon, utilizando um personagem além do local onde a história toda ocorre. Então, uma soma a “matemática” de Dan Brown, isto é:

Personagem Principal + parceira + antagonista + Local cheio de história = Matemática de Dan Brown


Aproveito aqui para pedir desculpas por transformar uma resenha em fórmula matemática, mas desafio o leitor me mostrar que essa fórmula não é a base de escrita de Dan Brown.
Em tempo, o personagem Winston é utilizado em determinados momentos como um personagem “Deus ex Machina” (isso é, ele aparece para resolver enrascadas que o personagem principal encontra-se aparentemente sem saída), entretanto, na minha opinião, ele rouba a cena, por se tratar de uma inteligência artificial e, também, por ser uma homenagem a um dos líderes mais famosos do século XX, sendo o líder com mais citações em frases de oradores em formatura.

Concluindo...
Apesar do meu “ódio” pela matemática Dan Brown (mais uma vez, não odeio o escritor, mas o estilo), esse livro me pegou de surpresa pois não consegui adivinhar o andamento dele.
A história possui o mesmo ritmo das outras, mas os fatores previsíveis das histórias anteriores não funcionaram nessa. Assim como a humanidade pode evoluir, o estilo de escrita do Dan Brown evoluiu bastante, gerando uma obra prima que deve ficar no ambiente literário, afinal, quando se trata de filmes de livros do Dan Brown, o Tom Hanks rouba a cena toda vez e esse livro não é do Robert, mas do Winston e do Edward.
A personagem Ambra Vidal possui seu próprio arco – algo que não é visto desde “O Código da Vinci”, e ainda, seu arco tem total e direta relação com a trama da história – sem spoiler. Até os antagonistas possuem seus próprios arcos bem detalhados com começo, meio e fim – exceto pela Igreja Palmariana – com o final inesperado, o que vindo de Dan Brown é algo surpreendente (bem melhor que o final inesperado de Inferno).
Pra terminar, gostaria de dizer que esse é o melhor livro de Dan Brown que eu li até hoje, embora tenha me cativado muito com os últimos "minutos" de Anjos e Demônios. Espero, de verdade, que, se os próximos livros de Dan Brown vierem, que venham no mesmo nível de "Origem".

E vocês? Têm algum autor de "fórmula" que você gosta? Alguma recomendação?

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