Crítica | Vale Night

Título Original: Vale Night 

Direção: Luis Pinheiro

Elenco: Gabriela Dias, Pedro Ottoni, Lin da Quebrada

Estreia: 17/03/2022

Sinopse: Cansada de exercer o papel que a sociedade acha que uma mãe deve ser e as responsabilidades de seu primeiro filho, Daiana resolver pegar um "vale night" - uma folguinha - para sair com as amigas para um baile funk de noite. Para isso, terá que deixar o filho com o pai da criança, Vini. Este, também entediado de olhar o filho por algumas horas, decide também ir para suposta festa, mas sabendo que a mãe pediu para que ficasse com o filho, ele decide levar o menino junto com ele. Tentado não ser avistado pela mãe da criança ou pelas amigas dela, tudo ocorre bem com o filho e ele na festa, isso até que ele perde a criança no baile. Desesperado ele vai corre por toda comunidade para achar o garoto, se colocando em situações surreais, inusitadas e divertidas para que Daiana e suas amigas não o veja e o menino sozinho pelo baile.


CRÍTICA:

Geralmente quando eu nunca vejo o trailer de filme, nem procuro saber nada sobre antes de assistir. É o meu jeito de me surpreender com algo 100% sem spoiler. Espero nada e na maioria das vezes recebo bastante. Nesse filme em específico, eu preferia ter visto o trailer.

O filme começa com um enredo muito bom e até continua, mas é um enredo simples. Não sabendo de nada, eu acreditava que seria um filme estilo Ó, Pai, Ó, mas agora no Rio de Janeiro. Apesar de tratar de um assunto sério (gravidez na adolescência e a responsabilidade e abandono dos homens com seus filhos) o longa trás o tema de uma forma leve e divertida, numa comédia com uma dinâmica que lembra Se Beber não Case, mas (opinião minha) piadas muito melhores. Esperava uns tapas na cara da sociedade, recebi quase 2 horas de risadas sem chorar no final. 

As atuações me surpreenderam, principalmente do Pedro Ottoni. Ele está fenomenal no filme, com uma atuação bem caricata, mas nitidamente o objetivo do filme e as piadas que mais me fizeram rir foram as que pareciam ser completamente improvisadas. Bem estilo Paulo Gustavo mas com uma maestria completamente Pedro Ottoni. 

O filme começa com um plano sequência de uns 15 a 20 minutos muito bem construídos com cortes muito bem feitos para mostrar já a essência de um filme descontraído e com diálogos naturais e do cotidiano. Inclusive, diálogos em filmes brasileiros é algo que eu critico bastante, porque sendo a minha língua natural, é muito mais difícil perceber quando uma conversa realmente poderia acontecer, não sendo falas forçadas, e esse filme é o oposto. E isso deixou a comédia com uma qualidade de um filme brasileiro bem reconhecido. 

A queridíssima Linn da Quebrada se apresenta muito bem no filme. Apesar de eu amar a Lina, acredito que em certas cenas senti um pouco forçada sua atuação, mesmo assim, continuei achando digna de um comentário enaltecendo aqui! Além disso, quero parabenizar o enquadramento de diversas cenas que a tatuagem "ELA" em sua testa é bastante evidenciada, inclusive adorei que ela fez um papel de MULHER e não de TRAVESTI! Mostrando que orientação, sexualidade, não tem nada a ver com o papel que você pode fazer.

Há um pequeno detalhe que me fez torcer o rosto, que é o personagem baiano. É bastante caricato e exagerou no "oxe" de uma forma que aqui ninguém fala, mas como disse, um mero detalhe. 

Por fim, queria parabenizar o roteiro, (apesar de achar que tem alguns pontos soltos, nada que comprometa a história) que foi bem construído e a fotografia, que realmente me surpreendeu e achei fantástico mostrando o Rio de Janeiro sem as belas praias e todos os cenários que já conhecemos, e nos mostrando em beleza o que fica por trás dos altos prédios. O desfecho foi simples, o que na verdade foi um ponto alto para mim, sem clichês ou dramas desnecessários.

Recomendo demais o filme, principalmente ele sendo brasileiro! Acho que vai arrancar risadas genuínas. 

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