Mesmo
as poucas gargalhadas que ouvi na sessão me espantam. Toda piada é construída de
forma desajeitada ou constrangedora, as vezes com apelo ilógico para um schadenfreude
forçado. Não é um bom script, e seria absurdamente pior se as atuações fossem
ruins, não são. O pouco da credulidade que o filme apresenta é graças as boas interpretações,
mesmo que o material não tenha inspiração.
Isso
é particularmente triste, pois a dupla de atores/produtores George Clooney e
Julia Roberts tem um bom histórico e a química deles é, desde sempre, excelente.
Afinal, são décadas trabalhando juntos, espera-se que sejam pagos largos dividendos.
Eu
não estou pedindo para Parker, Clooney ou Roberts reinventarem a roda, mas
existem competências básicas para não tornar um filme como esse em algo tão entediante.
O desnecessário uso de splitscreen, a falta de personalidade na edição
(de forma que ajudasse na comédia) e as composições desinteressantes são todos fatores
desagradáveis.
Em
suma, “Bilhete Para o Paraíso” é uma tentativa preguiçosa de retorno as
comédias românticas que vimos da década de 2000. Uma espécie de Top Gun Maverick,
mas para sua tia divorciada de meia idade, ou invés de seu tio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário