Crítica | Barbie

Título: Barbie 

Gênero: Fantasia, comédia.

Direção: Greta Gerwig

Elenco: Margot Robbie, Ryan Gosling, America Ferrera, Will Ferrel, Emma Mackey, Simuu Liu, Michael Cera, Kate McKinnon, e grande elenco.

Notinha : 5/5

SINOPSE

No fabuloso live-action da boneca mais famosa do mundo, acompanhamos o dia a dia em Barbieland - o mundo mágico das Barbies, onde todas as versões da boneca vivem em completa harmonia e suas únicas preocupações são encontrar as melhores roupas para passear com as amigas e curtir intermináveis festas. Porém, uma das bonecas (Margot Robbie) começa a perceber que talvez sua vida não seja tão perfeita assim, questionando-se sobre o sentido de sua existência e alarmando suas companheiras. Logo, sua vida no mundo cor-de-rosa começa a mudar e, eventualmente, ela sai de Barbieland. Forçada a viver no mundo real, Barbie precisa lutar com as dificuldades de não ser mais apenas uma boneca - pelo menos ela está acompanhada de seu fiel e amado Ken (Ryan Gosling), que parece cada vez mais fascinado pela vida no novo mundo. Enquanto isso, Barbie tem dificuldades para se ajustar, e precisa enfrentar vários momentos nada coloridos até descobrir que a verdadeira beleza está no interior de cada um.

CRÍTICA

Quanto custa entrar para a história recente da cultura pop? Porque se você estiver vivendo no mesmo planeta que eu, aposto que não conseguiu ficar imune ao enorme burburinho que esse filme conseguiu gerar dentro e fora das redes sociais nos últimos meses. O mundo tá se deixando pintar de cor de rosa por inúmeras razões, que são inclusive tratadas um pouco no filme(não é spoiler), portanto se você teve off nos últimos meses também não se preocupe vai conseguir entender e se quiser participar um pouco do mundinho da boneca mais famosa do mundo que chega aos cinemas inacreditavelmente pelas mãos e mente da atriz/diretora/roteirista Greta Gerwig (Frances Ha, Lady Bird e Adoráveis mulheres) e da estrela e também produtora do filme Margot Robbie (dá um google nessa preciosidade australiana recomendo o último filme do ano passado Babylon tem até uma crítica minha dele) que se uniram num esforço mútuo em subverter o gênero, entreter, nos dizer verdades inconvenientes, serem ácidas no modo mais autêntico possível, brincar com elementos estranhos, tem também uma surra de metalinguagem, autocrítica, shades, easter eggs divertidos, referências a filmes consagrados e nesses momento dá uma sensação gostosa de homenagem a sétima arte como um todo.

O filme também acerta demais com o todo o cas t(dos sonhos de tanta gente bonita, cheirosa e talentosa atuando juntos) onde todos parecem estar se divertindo, tendo o momento da vida, o filme é super engraçado já devem ter percebido pelos trailers ou se já viram algum filme da Greta, tem muito humor, ironia,  uma dose de acidez como eu já falei acima, muita música, coreografias e uma direção de arte belíssima que há de conquistar os olhos de vocês como conquistou o meu. O destaque fica para o parceiro de cena da barbie, o nosso Ken do Ryan Gosling tá excelente, ele ali enquanto ator tá desnudado sem medo algum de parecer bobo, imaturo, incompreendido e sem grandes expectativas a não ser a atenção da sua amada, o Ryan tá soltinho e se diverte dando vida a um Ken que sem a sua barbie o que seria? É um deleite ver as cenas deles dois e com os demais personagens porque a química entre eles é tão boa que parece tangível.

Barbie acaba se tornando uma jornada de uma boneca em busca da própria humanidade, é uma metáfora não muito difícil de decifrar, sobre quem estamos falando né? Das meninas, das mulheres e também dos homens, ou seja, de geral porque no roteiro tem espaço para todos, uns mais que outros verdade seja dita mas acredito que todo mundo vai ser afetado em algum ponto da exibição. Agora consigo entender porque a Margot falou em tantas entrevistas que a primeira reação dela ao ler o roteiro foi de maravilhada para em seguida tristeza porque não acreditava naquele ponto, que o estúdio os deixariam filmar aquela história estranha, colorida, divertida de uma maneira não convencional, retratando os homens boa parte do filme de formas que para os que tem a chamada masculinidade frágil (grande maioria né?) podem se ofender mas sem se importar muito com nada disso, conseguiram tirar do papel o que já antes mesmo de estrear se configura como um marco na história do cinema, porque conseguiu com seu marketing e o desejo das pessoas e marcas (de lucrar) de fazerem parte do movimento rosa, se envolverem e penetra a nossa cultural global impressionantemente em perfis de moda, pessoas comuns, restaurantes, shoppings, os próprios cinemas estão festejando o grande retorno que tem sido a busca pela pré-estreia porque ao que parece todos querem conferir na grande tela após tudo que passamos com a pandemia a sensação que é partilhar uma novidade de modo coletivo.

Não sou ingênua gente, Hollywood pode estar em greve atualmente mas ela nunca joga ou investe para perder e vai ganhar bilhões de dólares mundo afora com essa adaptação, todos os envolvidos irão ganhar. É uma coisa engraçada e notória que só o capitalismo pode proporcionar, que é nos dar algo incrível, que tem a capacidade de entreter e emocionar e ainda assim lucrar ferozmente em cima de tudo isso mantendo o status quo. Isso é um fato e não sei se algum dia será diferente mas tenho esperanças. Tem algumas passagens bem interessantes no longo que dialogam com isso.

O filme acerta muito mais do que se equivoca, em um dos trailers divulgados tem uma fala que resume bem e diz "se você ama a barbie esse filme é para você, e se você odeia barbie é para você também" porque dá pra perceber o esforço em se fazer um filme pra todos assistirem, e nessa tentativa eles acertam demais pois consigo ver vários públicos distintos por diferentes razões querendo ir ao cinema viver essa experiência. 

Por hora é ok apenas se divertir sem refletir demais, se deixar levar pela música e pela beleza tal qual fazíamos quando éramos crianças, pequenos exploradores de nós mesmos e do mundo é mais ou menos o que a boneca mais famosa do mundo nos convida a relembrar, porque eu sei que pode fazer um tempinho mas vocês ainda sabem como fazer. Divirtam-se e boa sessão!

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