Título original: Back to Black
Elenco: Marisa Abela, Jack O'Connell e Eddie Marsan
Direção: Sam Taylor Jhonson
Gênero: Cinebiografia/ Drama
Notinha: 2,5/5
Chega aos cinemas mais uma cinebiografia do ícone do jazz, a britânica Amy Winehouse, que nos deixou de maneira abrupta em julho de 2011 vítima de uma overdose. Se você assistiu o chocante e excelente documentário de 2015 "Amy" lhe aviso de antemão aqui não encontrará a mesma vontade de investigar quem de fato era esse mulher, essa pessoa suas dores e sofrimentos, antes da voz que se destacava em meio a todos. Infelizmente, essa obra tem um objetivo bem claro: Corroborar com a narrativa da família, em especial do pai, Mitchel Winehouse e seu ex - marido Blake.
Me chamou atenção o quão pouco a mãe dela aparece na película, quase como se não tivesse uma relação de proximidade e afeto com a própria filha. O pai por outro lado é retratado como um zeloso pai, taxista divorciado e envolvido com a carreira da filha no sentido de incentivar e ponderar mas enquanto coadjuvante sem grande poder de decisão o que sabemos não ser verdade. Ouçam a canção "rehab".
Senti falta demais de vermos a Amy, quem era essa garota/mulher? O filme não responde e nem se preocupa com o aspecto humano. A musicalidade está ali bem representada com as influências principais em termos de música e estilo, essa foi a minha parte preferida do filme, como um vínculo com acredito que seja sua avó teve tamanha influência em quem veio a se tornar em termos de construção artística.
A polêmica maior de toda a vida fora o abuso de drogas e adoecimento psíquico se dá em como o ex, assim como o pai é retratado apenas como uma figura sem grande voz, também viciado em drogas com problemas com raiva e um imenso amor pela esposa. Sem mencionar como ela atravessa ao conhecer de álcool e cigarro a outras drogas ainda mais pesadas, a imagem dos homens da vida dela nesse filme aqui estão limpas e por isso ambos aprovaram essa versão.
Outro ponto muito importante que não somente me perguntei ao ver esse filme, como me pergunto sobre outras personalidades, teria sido diferente de tudo que enfrentou, se tivesse acontecido em 2024? Porque enquanto sociedade conseguimos (pouco) modificar nosso olhar para doença mental e dependência química, mas lá em 2007 por exemplo tivemos o mundo inteiro assistindo a Britney Spears praticamente definhar diante das câmeras, o mesmo aconteceu com a Amy a diferença foi que apenas uma das duas teve um fim trágico e mortal. A imprensa representa um papel importantíssimo até os dias de hoje em como vemos os chamados artistas ou celebridades, a capacidade que tem de desumanizar pessoas como eu e você foi também responsável pelo que aconteceu com a Amy, em momento algum o filme avança e problematiza tudo isso, que é uma questão social perdendo a oportunidade de ouro em contribuir para essa discussão. Novamente foi uma decisão não entrar nesse ponto!
O filme apesar de todos os pesares me emocionou, em parte porque eu gostava muito da música dela da voz e lembro bem do que programas como o extinto "Pânico na Tv" representaram para o olhar do brasileiro principalmente a respeito dela, me entristece lembrar e saber que não tem tanto tempo assim na verdade e me dá esperanças saber que hoje condenamos e vemos de uma outra maneira todo esse cenário. A atriz se esforça muito para emular os trejeitos e cantar no tom da Amy achei admirável o esforço mas não tinha o que fazer muito no sentido de que não tinha ali uma grande história ou roteiro eficiente.
A pergunta se faz ainda mais necessária teria sido diferente se acontecesse nos dias de hoje? Jamais teremos essa resposta mas segue válida até como uma lembrança para que jamais aconteça novamente.
Amy Winehouse gigante!
Seu legado segue não somente na música mas como falei um lembrete de que todos precisamos de cuidado e nos cuidar!
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