Crítica | Queer

 


Título: Queer

Direção: Luca Guadagnino

Gênero:  Drama, romance

Elenco: Daniel CraigDrew StarkeyJason Schwartzman

Notinha: 4/5





SINOPSE

Filme de drama e romance histórico a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, baseado no romance de 1985 de William S. Burroughs. Ambientado na Cidade do México dos anos 1940, o filme acompanha um expatriado americano rejeitado que se apaixona por um homem mais jovem


CRÍTICA

Que momento interessante e empolgante para o cinema estamos vivendo não é mesmo? Me peguei pensando logo após a exibição desse longa,  porque ao menos eu considero digno da minha atenção um recém aposentado James Bond como é o caso do Daniel Craig embarcar num projeto tão provocativo e diferente de tudo que já fez em sua carreira como é o caso desse projeto.

Por si só já teria capturado minha atenção, e aí ele se junta ao novo queridinho dos cinéfilos quando se trata a captura do desejo o italiano Luca Guadagnino (Rivais, Me chama Pelo seu Nome) uma figura interessantíssima porque em todos os seus filmes mais recentes especialmente o desejo, o tesão por alguém ou algo são personagens presentes. E ele tem se esforçado para trazer junto a isso todos os elementos que o cinema dispõe para compor sua tela de luxúria.

Nesse em particular temos um país latino (México) dos anos 40 como cenário, suas cores e costumes e um norte americano que por motivos pessoais não pode viver em seu país então vive por lá entre bares, noitadas e conversas metafóricas com seu grupo de companheiros até que numa noite dessas se encanta por um outro homem mais jovem, que vai se tornar seu aprendiz e objeto de seu desejo e é nesse ponto que o filme cresce porque nos dá vislumbres do que pode ser se apaixonar perdidamente por alguém ao seu alcance e ao mesmo tempo impossível de ter. Vocês terão que assistir para entender!

Aqui o desejo é encarnado na noite, na música, no copo de bebida, nas mãos, nos móveis e até nos livros...tem uma sensualidade suja, natural proibida e profundamente masculina imagino que para homens com a sua masculinidade frágil não será algo fácil de assistir e eles sabem disso e desconfio que o fizeram(p filme) por isso. Esse é o filme da carreira do Craig, ele se desnude da aura máscula, macho alfa conquistador de mulheres e dá lugar a algo mais palpável, mais humano e frágil. Um trabalho notável e excelente na minha opinião, aplausos também para a trilha sonora maravilhosa e fotografia de muito bom gosto que dão o tom da época e período do tempo e espaço onde estão.

É um filme para poucos, vendo o trailer todos percebem mas é um filme necessário também!

Os elementos na história como imagens, símbolos, closes e etc que ele usa para falar sobre esse desejo maior de conexão genuína desse homem fala de alguma forma com todos nós, mesmo que as alegorias pareçam que não. E é isso que o cinema do Luca tem de tão renovador e excitante, a maneira com que ele tem escolhido falar sobre coisas comuns e humanas mudando as perspectivas, um trabalho visual e analítico fenomenal!

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