RESENHA: EU SOU O MENSAGEIRO | MARKUS ZUSAK

Título: Eu Sou o Mensageiro
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 318
Classificação: 
Sinopse: Seu emprego: taxista. Sua filiação: um pai morto pela birita e uma mãe amarga, ranzinza. Sua companhia constante: um cachorro fedorento e um punhado de amigos fracassados. Sua missão: algo de muito importante, com o potencial de mudar algumas vidas. Por quê? Determinado por quem? Isso nem ele sabe. O que se sabe é que Ed, um dia, teve a coragem de impedir um assalto a banco. E que, um pouco depois disso, começou a receber cartas anônimas. O conteúdo: invariavelmente, uma carta de baralho, um ou mais endereços e... só.

Resenha

   Como uma das amantes de “A Menina que Roubava Livros”, quando bati o olho nesse livro do Markus Zusak eu nem pensei, comprei na hora. Fui logo começando a ler, cheia de expectativas e esperando que seria tão tocante quanto o seu maior sucesso.


Fiquei impressionada. Deparei-me com algo totalmente inesperado e que superou todas as minhas expectativas. Incrível como o autor é versátil em seu estilo de escrita e trata os diferentes temas com tamanha propriedade. Além disso, ele consegue causar de cara a empatia do leitor com os seus personagens.


Ed Kennedy é um cara simples. Jovem, taxista e mora em uma casa velha com um cão fedido que banho nenhum dá jeito. Seus poucos, mas fiéis, amigos são sua companhia constante. Um apoiando o fracasso do outro. Sem perspectivas de, sem planos ou sonhos, sua vida é uma monotonia diária. Dia após dia, tudo se repete, e a esperança outrora depositada no futuro vai ficando esquecida, minguando.  


Seu emprego é ilegal, já que ele forjou a idade para conseguir. Sua mãe é ranzinza, e ele claramente não é seu filho favorito. Ele nutre uma paixão oculta, quase platônica, por sua melhor amiga Audrey. Toda semana ele e os amigos se encontram para jogar cartas, quase religiosamente. Mesmo com a companhia dos amigos, cada um tem seus próprios problemas para lidar e seu fiel escudeiro acaba sendo mesmo o Porteiro, o cão viciado em café. Uma vida tão vazia que uma página daria conta de descrever. Ele mesmo tem a audácia de se apresentar em um parágrafo!


Até que acontece algo imprevisível: Ed Kennedy vira um herói. Ou como ele mesmo diz que será sua manchete no jornal: “MALANDRO TOMA VERGONHA E FAZ ALGUMA COISA QUE PRESTE”.


Ed, em um surto de adrenalina, captura o bandido que fez a ele e os amigos de reféns em assalto a banco. Isso lhe rende certa popularidade, mas parece que causa maior mudança em seu interior. É como se fosse envolto por uma satisfação invisível por ter feito algo, ter agarrado a chance, não ter deixado a oportunidade passar. E isso realmente muda tudo.


Após esse incidente, Ed começa e receber cartas anônimas. Literalmente cartas de baralho com indicações de horário e endereço. Então, movido por uma curiosidade quase destrutiva, ele começa a seguir as pistas das cartas.


O grande mistério é quem as está enviando e o porquê. Porém são os desafios propostos pelas cartas que irão transformar Ed e dar sentido à sua vida de uma maneira que ele nunca poderia imaginar.


Uma das características principais de Zusak é a riqueza de detalhes em que ele descreve os personagens e os cenários ao seu redor. Neste livro, ele também aposta na personificação, muitas vezes atribuindo características humanas ao cachorro do protagonista, - “Porteiro entra, com cara de quem tem culpa no cartório.” – e em figuras de linguagem – “Foi como se ela tivesse puxado uma cordinha e me aberto. Ela entrou e colocou um pedacinho de si dentro de mim e saiu de novo.”


Com uma escrita tão simples quanto nosso herói, Eu sou o Mensageiro é uma leitura fácil e deliciosa que irá plantar algumas reflexões bastante complexas em sua mente.


Super recomendo!

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4 comentários:

  1. Já li esse livro e amei ele.
    As reflexões como você falou realmente são complexas, mas acho que me fizerem bem.
    O livro no todo é bem interessante.
    Adorei a sua resenha.
    Beijos
    neversaynever-believe.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Oi Letícia,

      É realmente um livro para refletir.

      Obrigada.

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  2. Olá!
    O único livro desse autor que li foi "A garota que eu quero" e eu adorei a escrita poética do autor e adorei os personagens. Esse é mais um livro que quero muito ler (ao contrário de A menina que roubava livros que nunca me despertou interesse).

    Boas leituras.
    Bjão.
    Diego, Blog Vida & Letras
    www.blogvidaeletras.blogspot.com

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    Respostas
    1. Oi, Diego.

      A escrita desse autor é um dos seus diferenciais. É uma poesia em prosa, o tempo todo nos envolvendo.
      A Menina Que Roubava Livros é um dos meus favoritos. A história da Segunda Gerra e Cultura Alemã são temas que me cativam bastante.

      Beijos.

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