Resenha: Fuck Love — Louco Amor | Tarryn Fisher


Título: Fuck Love — Louco Amor
Editora: Faro Editorial
Autor: Tarryn Fisher
Número de páginas: 288
Classificação: Nenhum texto alternativo automático disponível.

Sinopse: Helena Conway se apaixonou. Contra sua vontade. Perdidamente. Mas não sem motivo.
Kit Isley é o oposto dela – desencanado, espontâneo, alguém diferente de todos os homens que conheceu. Ele parece o seu complemento. Poderia ser tão perfeito... se Kit não fosse o namorado da sua melhor amiga. Helena deve desafiar seu coração, fazer a coisa certa e pensar nos outros. Mas ela não o faz... 'Tentar se afastar da pessoa amada é como tentar se afogar. Você decide fugir da vida, pulando na água, mas vai contra a natureza não buscar o ar. Seu corpo clama por oxigênio; sua mente insiste que você precisa de ar. Então você acaba subindo à superfície, arfando, incapaz de negar a si mesma essa necessidade básica de ar. De amor. De desejo ardente.' Você pode pensar que já viu histórias parecidas, mas nunca tão genuínas como essa. Tarryn, a escritora apaixonada por personagens reais, heroínas imperfeitas, mais uma vez entrega algo forte, pulsante, que nos faz sofrer mas também nos vicia. Depois dela, todas as outras histórias começam a parecer como contos de fadas. Se você não quer se viciar, não leia a primeira página.


Resenha


E se um sonho fosse capaz de mudar a sua vida?



Helena Conway tem tudo muito definido: gosta de números e de tudo bem racional; é a louca do bege e acredita que sua carreira como contadora será brilhante. Isso até ela sonhar com um futuro inesperado no qual é casada com Kit Isley, até então namorado da sua melhor amiga, e descobrir que nessa realidade paralela tem dois filhos, uma vida confortável em Port Townsend e é uma famosa artista. 


Ao acordar do sonho, ela percebe que se envolveu em uma grande encrenca e terá que fazer importantes decisões, todas envolvendo seu futuro, mas muitas delas repercutindo também na vida de outras pessoas. Assim, cabe a Helena decidir o que fazer, proteger a si mesma enquanto faz sua autodescoberta e preserva as pessoas que ama. No sonho, seu final parece mais do que promissor, mas será que na vida real as coisas darão tão certo assim?

Pela primeira vez em dias não acho que esteja ficando louca. Na verdade, considero que o mundo todo enlouqueceu. Estou presa em um sonho. O sonho invadiu a minha vida. Que diabos está acontecendo?

Este não é um livro fácil de encarar, admito. Não digo isso apenas porque é uma obra da Tarryn Fisher, conhecida por fazer os leitores encararem a versão mais humana de seus personagens, mostrando que ninguém é completamente bom ou mau, mas oscila entre os dois modos. Também não o qualifico desta forma devido à questão densa na trama (o fato de Helena amar o namorado da melhor amiga), mas porque nos deparamos com situações intensas e, mais do que isso, porque é difícil pegar o ritmo da história nas primeiras páginas. Confesso que achei tudo muito bobo no início, especialmente porque não considerava coerente a Helena descobrir, com um sonho louco, que Kit era o amor da sua vida. Entretanto, esta obra me surpreendeu. De verdade.

Nós nem sempre queremos o que é certo. Queremos o que não podemos ter.

Até certo ponto, temos a impressão de que o enredo seguirá aquilo que prevemos, a possibilidade mais concreta. Contudo, Tarryn é o tipo de autora que sabe fazer com que os leitores se percam nas próprias hipóteses que criam porque tudo ocorre de maneira muito diferente do esperado.

O sonho que até então era uma espécie de previsão do futuro mostra-se extremamente equivocado. Embora Helena faça tudo para tentar segui-lo quase à risca, as coisas ocorrem de maneira diferente e nos mostra como a nossa vida é repleta de mudanças, como muitas vezes somos egoístas ou pensamos demais nas pessoas que amamos e, mais do que isso, em como vivemos nessa metamorfose ambulante. E essas mudanças — algumas vezes boas, outras ruins — nos afetam profundamente. A grande lição que o livro nos apresenta é a importância de nos conhecermos, buscarmos a nossa dose diária de felicidade em coisas simples e perceber que, para tudo na vida, há coisas positivas e negativas, cabendo a nós mesmos descobrir o que nos motiva, o que nos faz bem, e nos blindar inclusive das amizades tóxicas. 

Por causa de um cara, a discórdia abalou o nosso relacionamento de amizade.

Para quem procura um romance arrebatador, intenso e cheio de momentos do casal, sugiro que busque outro livro. Fuck Love contém um romance fofo, do tipo que os personagens criam a intimidade com o tempo, mas tem muito mais a ver com autodescoberta e autoconhecimento. É necessário pegar o feeling,  compreender os personagens e os motivos de suas atitudes. 

A Helena, personagem principal, é encantadora, mas confesso que muitas vezes senti vontade de bater nela. O livro é totalmente narrado sob o seu ponto de vista, com referências  ao melhor universo bruxo de todos os tempos  (Harry Potter ♡) e um humor sarcástico que nos prende a leitura. Em termos gerais, fiquei apaixonada por Fuck Love, mas algumas coisas não me agradaram...

Esse é o lado ruim de ser jovem. Você não faz ideia de todas as mudanças que estão por vir. E quando elas enfim chegam, não importa o quanto as pessoas o tenham avisado, você fica de fato surpreso. 

Achei o final da história muito corrido, especialmente porque criei uma grande expectativa não apenas com o romance, mas também com o amadurecimento da Helena. Fiquei com a impressão de que a autora fez o final às pressas, para terminar logo a história, e quando concluí a leitura perguntei a mim mesma: what? Além disso, não compreendi muito bem o surgimento de um personagem, muito menos a importância dele. Era como se Muslim tivesse sido adicionado à história apenas para acrescentar mais algumas páginas e, sinceramente, o final que eu imaginava que seria maravilhoso foi apenas "ok".

O melhor tipo de amor é o amor que não deveria acontecer.

Apesar disso, confesso que gostei muito da história. O enredo nos prende e os personagens são bem verdadeiros, do tipo que gera aquele sentimento de identificação. Não há um romance idealizado, apenas a verdade nua e crua sobre como, algumas vezes, o amor pode ser algo muito complicado.

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