Resenha: Gelo Negro | Becca Fitzpatrick

Título: Gelo Negro
Autora: Becca Fitzpatrick
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 304
Classificação: 
★ ★ ★ ★

Sinopse:
Às vezes, correr riscos é inevitável. Britt Pfeiffer passou meses se preparando para uma trilha na Cordilheira Teton, um lugar cheio de mistérios. Antes mesmo de chegar à cabana nas montanhas, ela e a melhor amiga, Korbie, enfrentam uma nevasca avassaladora e são obrigadas a abandonar o carro e procurar ajuda. As duas acabam sendo acolhidas por dois homens atraentes e imaginam que estão em segurança.
Os homens, porém, são criminosos foragidos e as fazem reféns. Para sobreviver, Britt precisará enfrentar o frio e a neve para guiar os sequestradores para fora das montanhas. Durante a arriscada jornada em meio à natureza selvagem, um homem se mostra mais um aliado do que um inimigo, e Britt acaba se deixando envolver. Será que ela pode confiar nele? Sua vida dependerá dessa resposta.



Resenha:

Eu estava muito ansiosa por esse livro, porque a Becca é uma das minhas autoras queridinhas, me conquistou em Hush Hush. Foi a única saga de romance sobrenatural que li e gostei. Me apaixonei, ri e claro, odiei a Nora várias vezes. Desde então, decidi ler tudo o que ela escrevesse. Para quem também leu Hush Hush, esqueça todo o amor e paixão que havia na narrativa. Somos levados a um suspense, que me lembrou muito os filmes dos anos 90, aqueles em que quase gritamos com a televisão, porque a mocinha só faz besteira e acaba se metendo na pior enrascada da vida dela.O livro começa com uma garota de dezoito anos sendo assassinada em uma noite de bebedeira e diversão, dando espaço de um ano até os dias atuais.
Mesmo em meio ao torpor em que Lauren estava, o medo a dominou. Ela tinha que sair dali. Algo ruim iria acontecer.

Britt e Korbie são amigas desde que se entendem por gente e estão muito animadas com a viagem que farão no recesso da escola. Elas optaram por uma trilha nas montanhas e Britt se preparou para tal o ano inteiro. Além disso, é a chance dela provar para si mesma que superou o fim do relacionamento com Calvin, irmão de sua amiga. No entanto, Calvin terá de acompanha-las, para que tome conta da irmã e prefere encontrá-las na cabana, deixando Britt apreensiva com a possibilidade de passar uma semana sozinha com o ex, depois de não tê-lo visto desde o término, oito meses antes. 
 Bem quando eu tinha conseguido seguir em frente, Calvin voltava à minha vida, me arrastando para o ringue, para o segundo round.
Na subida da montanha, depois que uma tempestade bloqueia o carro e o caminho, seguida por uma péssima decisão de Britt, as duas se desesperam e a única solução é saírem do veículo e procurarem por ajuda. Aí, nós leitores, já ficamos apreensivos. Depois de uma hora de caminhada em meio à nevasca, com frio e fome, encontram uma cabana onde são recebidas por dois homens jovens, Mason e Shaun. Um que deixa claro que a presença delas não é bem-vinda ali e o outro, totalmente receptivo. E é aí que o leitor começa a falar sozinho com o livro, implorando pra que elas saiam dali, exatamente como nos filmes, mas é claro que elas não saem e depois de uma certa insistência da parte das garotas, os caras as deixam entrar, pra nossa aflição. O que vem depois é uma sucessão de acontecimentos que nos deixa tensos, devorando as páginas, pra saber o que vai acontecer. Eu diria que esse é o ápice do suspense na trama:  quando percebemos que há algo muito errado com aqueles dois e, quando elas finalmente percebem que na verdade, estão sendo mantidas reféns, para que guiem Mason e Shaun para fora das montanhas e assim, ambos escaparem ilesos da polícia. 
Achei irônico estar implorando por um lugar para ficar. Porque, quanto mais conversávamos, menos eu queria continuar na cabana com Mason.
Eu não vou dizer que  o livro me surpreendeu, porque comecei a ligar os pontos e bem antes da resolução dos fatos eu já sabia quem era quem e quem havia feito o quê, embora há quem diga que ficou realmente surpreso com o desfecho. A narrativa é em primeira pessoa, alternando alguns poucos capítulos sobre o passado das duas amigas, nos dando a visão apenas de Britt e como a maioria das protagonistas, ela nos tira do sério com sua imaturidade. Britt deixa claro que é a filhinha do papai e a irmã super protegida, então está acostumada a ter sempre algum homem por perto, para ajudá-la sempre que precisa. Percebemos isso quando ela cita Calvin grande parte do tempo, achando que ele simplesmente vai aparecer em um cavalo branco para salvá-la. Além disso, fica mais do que claro que ela está longe de superar o fim da relação, enquanto Calvin parece lidar muito bem com isso. Porém, felizmente, ela é forçada a amadurecer por conta das decisões que precisa tomar para sobreviver àquela provação.
No meio de toda a confusão, pavor e contrariando todas as expectativas, Britt passa a adotar um misto de sentimentos em relação a um dos sequestradores, e nos vemos diante da possibilidade dela sofrer da Síndrome de Estocolmo (pra quem não sabe, é um estado psicológico particular em que uma pessoa submetida a um longo tempo de intimidação, passa a ter simpatia, ou até mesmo sentimento de amor ou amizade pelo seu agressor).  

Por um momento, achei aquela imagem muito sedutora, e na mesma hora me repreendi por ter me sentido atraída por ele. Não era real. 
Analisando a conduta de Britt, acredito que ela tenha desenvolvido esse comportamento, pelo fato de estar vulnerável por um término de namoro não superado, por ter a necessidade de se sentir protegida por alguém e quando uma pessoa que deveria prejudicá-la passa a tratá-la como um ser humano que ela era, inconscientemente ela se permite ver esse alguém não como ameaça, e sim como um indivíduo que quer ficar ao seu lado, ainda que ela deixe claro que sua confiança não é tão fácil de ser conquistada.

Eu não confiava nele então, e não tinha certeza se podia confiar agora. Ele ainda precisava de mim para sair da montanha, e provavelmente era só por isso que eu ainda estava viva. Ou não?

Preciso dizer, Becca deveria ganhar um prêmio por criar a pior amiga que alguém pode ter. Eu odiei a Korbie, ela diminui a Britt o tempo todo. Queria que cavassem um buraco na neve e a jogassem lá dentro. Não vou expor mais motivos, quem ler, vai entender perfeitamente.
No geral, gostei muito do livro. Gostei da atmosfera, da tensão, mesmo não achando a estória impressionante, valeu à pena, sim. Não consegui largar, a prova disso foi ter começado a ler à tarde e terminar quase uma da manhã. Minha dica é: se atentem aos mínimos detalhes e tenho certeza de que matarão a charada antes do final. Recomendo principalmente para quem, assim como eu, é fã de Hush Hush e de bad boys lindos e quer conhecer outro trabalho da autora. 

Deixo aqui o book trailer e só pra constar, os personagens não têm nada a ver com a forma como são descritos no livro.







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6 comentários:

  1. Oi flor, li esse livro mês passado e adorei! Concordo com tudo que disse e o fim foi realmente fantástico, recomendo pra todos!! Beijinhos

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  2. Sueee
    Amei sua resenha
    Adoro Hush hush e eu já queria ler o livro só pelo fato da autora ,mas sua resenha com certeza me conquistou e vou separar o livro para ler

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    1. Obrigada! Eu tava louca por esse livro, li em PDF porque não queria esperar uma semana pro livro chegar em casa!
      Mas leia, sim. Adoro a Becca, não vejo a hora dela lançar algo mais.

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  3. Quando vi a primeira vez esse livro fiquei morrendo de vontade de ler, mas li algumas resenhas eram a maioria eram críticas negativas (principalmente em relação a essa amiga da Britt) que acabei perdendo a vontade de ler. Mas como adorei sua resenha, vou dar uma chance a Gelo Negro, que, sabe não me surpreenda :)

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    1. Oi, Daniele! Eu leio resenhas, mas não levo todas em consideração justamente por isso. Já deixei de ler livros por causa de algumas e quando finalmente dei uma chance, adorei a leitura e me arrependi por não ter lido antes.
      Para te incentivar: a Korbie não está presente no livro todo, graças a Deus ela sai de cena em determinado momento!
      Boa leitura, beijos!

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