Autor: Ursula K. Le Guin
Editora: Aleph
Número de páginas: 292
Classificação: ★★★★
Sinopse: Genly Ai foi enviado a Gethen com a
missão de convencer seus governantes a se unirem a uma grande comunidade
universal. Ao chegar no planeta Inverno, como é conhecido por aqueles que já
vivenciaram seu clima gelado, o experiente emissário sente-se completamente
despreparado para a situação que lhe aguardava. Os habitantes de Gethen fazem
parte de uma cultura rica e quase medieval, estranhamente bela e mortalmente
intrigante. Nessa sociedade complexa, homens e mulheres são um só e nenhum ao
mesmo tempo. Os indivíduos não possuem sexo definido e, como resultado, não há
qualquer forma de discriminação de gênero, sendo essas as bases da vida do
planeta. Mas Genly é humano demais. A menos que consiga superar os preconceitos
nele enraizados a respeito dos significados de feminino e masculino, ele corre
o risco de destruir tanto sua missão quanto a si mesmo.
– Resenha –
Já diz Ursula nas primeiras páginas de sua obra: “Falo sobre deuses, mas
sou ateia. Porém, sou artista também, e portanto, mentirosa. Não confie em nada
do que digo. Estou dizendo a verdade.”
O Ekumen, uma federação que une planetas em troca de informações culturais,
científicas e sociais, envia Genly Ai ao planeta Gethen (ou Inverno), para o
mesmo afiliar-se a federação, o que é dificultado devido à forte rivalidade
entre duas nações de Inverno: Karhide e Orgoreyn.
Os habitantes de Gethen
sobrevivem ao clima extremamente rigoroso do planeta e possuem uma
peculiaridade: eles não tem órgão definido até o período do kemmer, onde,
quando na presença de outro indivíduo no kemmer, cada um assume um gênero
sexual específico – feminino ou masculino – a depender dos estímulos recebidos.
Existem diferentes aspectos observados em cada um, seja através da voz, postura
ou jeito, e é por conta dessas características que o povo de Gethen, apesar de
constantes conflitos, nunca entrou em guerra. Também não há casos de estupro.
Entretanto, não espere encontrar uma sociedade livre de transgressões, apesar
do desprezo por atos como furtos, traição e suicídio.
Existem inúmeras questões
psicossociais inseridas na narrativa, onde grande parte do tempo é possível
fazer uma relação com o ambiente de Gethen com o da própria terra.
Intercalando capítulos contados
por Genly e relatos históricos e lendas do planeta, o livro nem sempre
apresenta um ritmo frenético: por vezes se faz lento e talvez atrapalhe um
pouco a leitura, o que não desfaz o reconhecimento da obra, vencedor do prêmio
Nebula e Hugo
Falar sobre A Mão Esquerda da Escuridão é falar sobre as diferentes
formas em que uma sociedade se difere. Possuir um “fator sexual” é o que difere
as populações no universo e o que torna Gethen uma exceção: os habitantes vivem
num regime igualitário, onde qualquer um pode trabalhar em qualquer coisa,
correm os mesmos riscos e tem a mesma escolha a ser feita.
– Quotes
–
“Os terráqueos tendem a achar que devem seguir em frente, progredir. O
povo de Inverno, que vive sempre no Ano Um, acha o progresso menos importante
que o presente.”
– Página 58.
“A única coisa que torna a vida possível é a incerteza permanente e
intolerável: não saber o que vem depois.”
– Página 76.
Estou com o livro aqui pra ler em ebook porque achei ele muito interessante. Espero gostar, é um novo jeito de olhar a sociedade em questão então espero que seja surpreendente a leitura.
ResponderExcluirBeijos.
Eu quero ler esse livro. Viu, Paulo!
ResponderExcluirEstou aceitando de presente com marcador e tudo (kkkk).
Gosto das suas resenhas, são bem diretas e dize o que preciso, nada mais que isso (rs.).
Curti a premissa do livro,muito interessante mexmoooo!
Bjão.
- Diego, Blog Vida & Letras
http://blogvidaeletras.blogspot.com
Oi!
ResponderExcluirAchei esse livro diferente e muito interessante, e gostei de como a autora colocar diversos temas e vai os mostrando no livro se tiver oportunidade quero ler esse livro !!
Oi, Paulo. Meu Deus! Esse livro já me conquistou apenas com essa citação: “Falo sobre deuses, mas sou ateia. Porém, sou artista também, e portanto, mentirosa. Não confie em nada do que digo. Estou dizendo a verdade.”, só com este pequeno grande sub-título pude me encantar com a estória das nações. A Mão Esquerda da Escuridão entrou para a minha lista de desejados.
ResponderExcluirEu um pouco que me enrolei ao ler esta resenha.
ResponderExcluirFato: Eu pouco leio livros do gênero.
Mais achei interessante, o jeito diferente do livro e este titulo.