Autor: Ted Chiang
Editora: Instrínseca
Número de páginas: 368
Sinopse: Uma das principais vozes da ficção científica contemporânea pela primeira vez publicada no Brasil
Um dos autores de mais destaque no cenário da ficção científica, Ted Chiang pode ser descrito como um escritor pouco prolífico: tem apenas quinze trabalhos publicados, entre contos e novelas curtas. A pequena produção contrasta com sua expressiva quantidade de premiações: os oito textos reunidos em História da sua vida e outros contos ganharam no total nove importantes prêmios, dentre eles Nebula, Hugo, Locus, Sturgeon, Sidewise e Seiun.
Publicadas originalmente em volumes diversos, as narrativas de Ted Chiang estão pela primeira vez reunidas em uma coletânea. Entre as histórias dotadas de rigor científico, humanidade e lirismo estão “A torre da Babilônia”, na qual um minerador sobe a famosa torre com a missão de escavar a abóbada celeste; “Divisão por zero”, uma reflexão precisa e devastadora sobre o fim da esperança e do amor, e “História da sua vida”, na qual uma linguista aprende um idioma alienígena que modifica sua visão de mundo.
Com uma prosa límpida e ideias às vezes desconcertantes, Chiang comprova seu inegável talento para a boa ficção científica: a capacidade de contar uma história humana, extremamente bem escrita, na qual a ciência funciona como expressão dos questionamentos mais profundos enfrentados pelos personagens. Um livro repleto de ideias originais e passagens inesquecíveis.
– Resenha –
Sabe o
filme “A chegada”? É uma narrativa maravilhosa de ficção científica que
mostra uma outra visão de como seria uma ‘invasão alienígena’. Descobri
recentemente que o filme é inspirado pelo conto “História de sua vida”,
de Ted Chiang. E esse livro da intrínseca tem vários contos dele:
A
torre da Babilônia | Entenda | Divisão por zero | História da sua vida |
Setenta e duas letras | A evolução da ciência humana | O Inferno é a
ausência de Deus | Gostando do que vê: um documentário
O
livro começa com o conto “A torre da Babilônia”, onde as pessoas
demoram um ano (!!!) para subi-la. O personagem principal faz esse
caminho e nos mostra como é que ele ocorre, e como é que a galera vive
lá em cima.
"Ou, pior de tudo, por um instante pareceu que não havia o acima ou o abaixo, e seu corpo não sabia em que direção era puxado. Era como ter medo de altura, mas muito pior."
O
próximo conto é “Entenda”, o mais antigo conto de Ted. E esse conto me
lembrou bastante o filme Lucy, onde a personagem ganha ‘poderes’ de
superinteligência. Porém, no conto de Ted, esses poderes aparecem com um
tratamento em pessoas que estavam em coma. Ou seja, há mais de um
superinteligente, e é nisso que Ted foca.
“Ele considera a inteligência um meio, enquanto eu a vejo como um fim em si mesma.”
Depois
vem “Divisão por zero”, um conto onde a personagem principal nos mostra
como a matemática é inconsistente, e entra em pânico ao notar que
descobriu isso, não sabendo muito bem como lidar com seus estudos e
descobertas.
“A droga da soma de números inteiros não tem nada a ver com contar nos dedos. Um e um sempre vai dar dois em seus dedos, mas, no papel, posso lhe dar uma quantidade infinita de respostas, e todas elas são igualmente válidas, o que significa que são todas igualmente válidas.”
E
agora, aparece o conto do filme “A Chegada”, chamado “História de sua
vida”. De verdade? Prefiro o filme. hahaha. Chiang não nos explica as
coisas tão bem como o filme explica (SPOILER) por exemplo, no conto não
sabemos de onde veio isso da Dr Louise ver o futuro. Aliás, nem temos a
surpresa de descobrir que é o futuro, acho que dá pra entender logo no
começo isso.
“Mas a única maneira de aprender uma língua desconhecida é interagir com um nativo do idioma, ou seja, fazer perguntas, estabelecer uma conversa, esse tipo de coisa. Sem isso, simplesmente não dá.”
Depois,
temos “Setenta e duas letras”, onde aparecem golens. Sabe, aqueles
seres criados do barro, que fazem apenas o que o mestre manda? Então.
Nosso personagem principal aqui nos mostra como animar objetos gravando
palavras neles, e ele está tentando fazer um golem que consiga se
reproduzir sozinho (!!!)
“Por muito tempo, houvera duas categorias de nomes: aqueles para animizar um corpo, e os que funcionavam como amuletos.”
“A
evolução da ciência humana” nos mostra os meta-humanos, que são mais
evoluídos que nós, e aí, obviamente, tem treta. E agora já vou dizer que
“O Inferno é a ausência de Deus” e “Gostando do que vê: um
documentário”, eu li bem pouco. Pois não me interessaram muito. E eu
também cansei da escrita de Ted.
Vamos
lá: eu gostei muito da premissa da maioria dos contos, mas não gostei
do modo como Chiang executou. Pra mim, faltam muitos detalhes. Daria
claramente pra escrever um livro para cada conto desses. E com mais
explicações também, pois a maioria tem um final que você fica “oi? e o
resto?”
Então,
conclusão: se tu gosta de Ficção Científica, vale a pena. Mas cuidado
com as expectativas. E lembre-se que Ted Chiang tem uma escrita
cansativa.
Obrigado, Alíne, pela honestidade. Ficção sem alma, confusa.
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