Resenha: O Código Da Vinci | Dan Brown

Título: O Código Da Vinci
Coleção: As Aventuras de Robert Langdon
Gênero: Suspense
Autor: Dan Brown
Editora: Arqueiro
Ano:  2004
Páginas: 432
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Classificação:

Sinopse :
“Um assassinato dentro do Museu do Louvre, em Paris, traz à tona uma sinistra conspiração para revelar um segredo que foi protegido por uma sociedade secreta desde os tempos de Jesus Cristo. [...] Momentos antes de morrer, Saunière deixa uma mensagem cifrada que apenas a criptógrafa  Sophie Neveu e o simbologista Robert Langdon podem desvendar. Eles viram suspeitos e detetives enquanto tentam decifrar um intrincado quebra-cabeças que pode lhes revelar um segredo milenar que envolve a Igreja Católica.” - Editora Arqueiro (adaptado)

                                                                 Resenha e Análise

Devido ao meu apreço pelas aventuras de Sherlock Holmes, O Código Da Vinci possui tudo o que uma boa história de suspense e investigação precisa. Em maior parte, o livro foca no assassinato do personagem Jacques Saunière, curador do museu do Louvre em Paris. O livro tornou-se polêmico devido ao autor em seu enredo, usar como "engrenagem" os mistérios e questionamentos sobre uma história alternativa em torno da vida de Jesus Cristo. Dan Brown apresenta logo no início da leitura, uma página com o título Fatos, onde o autor deixa claro que para construir seu romance, utilizou os recursos que correspondem à realidade. 

Respectivamente é citado o Priorado de Sião, uma sociedade secreta europeia fundada em 1099 que foi descoberta pela Biblioteca Nacional de Paris em 1975 e o Opus Dei, uma organização católica “profundamente conservadora” e polêmica. Caso queira explorar mais esses assuntos, recomendo outros livros como Priorado de Sião de Robert Howells e O Nome da Rosa de Umberto Eco. Além disso, se você não está familiarizado com fatos históricos e o mundo da arte, é legal pesquisar os acontecimentos citados durante a leitura. Assim, você poderá discernir o que são realmente fatos comprovados do que foi apenas criação do autor para a composição de sua obra, já que podem ser facilmente confundidos.

O início 

Conhecemos Robert Langdon, um famoso professor de simbologia da Universidade de Harvard que estava em Paris para ministrar uma palestra. Logo após a apresentação, já em seu hotel ele recebe a visita de um policial. Naquela noite o curador Jacques Saunière do Museu de Louvre foi encontrado morto na Grande Galeria com seu corpo posicionado de modo que lembrasse O Homem Vitruviano. Havia também diversos símbolos, fazendo com que o capitão Bezu Fache da DCPJ (o FBI francês) necessite da presença de Langdon devido seu domínio da simbologia. Não só por isso, coincidentemente o professor iria se encontrar com Saunière naquele dia, mas o curador não apareceu. Robert é levado pelas autoridades para o museu. Nesta parte o autor consegue detalhar o interior do Louvre, dando referências artísticas e curiosidades no ponto de vista do protagonista. 

O Homem Vitruviano, Leonardo da Vinci
Chegando na cena do crime, Langdon coloca o cérebro para interpretar os mais diversos códigos e símbolos presentes no corpo da vítima. Começa então uma interessante análise por parte de Langdon sobre o pentagrama, sua origem, assim como o nome pagão e o uso errôneo da palavra que se distorceu com o tempo.  Havia também palavras e números roxos  fosforescentes no assoalho que pareciam criptografados. O capitão Bezu Fache, desconfiado e incrédulo quanto a importância da simbologia para a arte, tenta entender as interpretações do professor. Uma decifradora do Departamento de Criptografia da polícia chamada Sophie Neveu, chega ao local para ajudar na investigação e a partir daí o leitor é entregue à confusão em que Robert se encontra.

Sophie e Langdon tornam-se foragidos e os principais suspeitos pela polícia francesa. Neste momento é apresentado o Priorado de Sião, os que já foram Grão Mestre e os objetivos do grupo. Com capítulos ora curtos e ora extensos, Dan Brown revela sua aventura no qual explora com ricos detalhes os lugares, as pinturas e a mente de Langdon. Durante a leitura somos apresentados a diversos símbolos e mensagens deixados por Saunière, que levam o professor e Sophie a uma busca pela verdade ao mesmo tempo que são caçados pela polícia.

“O pentagrama - esclareceu Langdon - é um símbolo pré-cristão relacionado com a adoração à Natureza.” O Código Da Vinci, pág. 43.

Dinastia Merovíngia

Durante a fuga, os dois vão para a casa do historiador Leigh Teabing, um amigo de faculdade de Langdon. Nesta parte da história, o escritor usa o personagem Teabing para apresentar ao leitor um certo segredo milenar que envolve Jesus. Mesmo citando capítulos antes a Opus Dei e o Priorado, é nesse momento que o livro entrega não ter medo de atingir qualquer classe ou credo. No meu ponto de vista, a distorção da “interpretação comum bíblica” por parte de Dan Brown foi feita sem receio e sem querer desrespeitar os fiéis, mesmo porque não há satirização da imagem cristã. Dan Brown apresenta em sua ficção um “E se…” bem claro. Ou seja, uma suposição do que pode ter acontecido na época de Cristo, o início da Igreja Católica e o que vem a ser o Santo Graal. 


A Última Ceia, Leonardo Da Vinci
O historiador Teabing conta a Sophie que diversos pesquisadores e até teólogos teorizam sobre Maria Madalena e que ela poderia ter se casado com Jesus e desta união, tiveram uma filha chamada Sarah. O Priorado de Sião surgiu então para proteger uma suposta linhagem de Cristo (Dinastia Merovíngia) e o historiador ainda cita a criação da famosa Ordem dos Cavaleiros Templários, os escombros do Templo de Salomão e a famosa pintura de Da Vinci: A Última Ceia. O Santo Graal então não seria um Cálice e sim os restos mortais de Maria Madalena que devem ser protegidos. A partir daí, Sophie, Robert, Teabing e seu mordomo vão para Londres fugidos da polícia para completar as investigações em torno das mensagens que vão decifrando.

“Cegante ignorância nos ilude. Ó miseráveis mortais, abri os olhos!” - Leonardo Da Vinci

O livro possui uma narrativa eletrizante, com capítulos que permeiam entre acontecimentos antigos e continuações dos capítulos anteriores. Toda a estrutura narrativa se monta como um thriller e devido ao sucesso do livro, em 2006 estreou o filme de mesmo nome trazendo o ator Tom Hanks como Robert Langdon. Usando em seu romance as sociedades secretas, teorias de conspiração, arte, história e simbologia, Dan Brown conseguiu tornar O Código Da Vinci em um best-seller que vendeu mais de 80 milhões de cópias pelo mundo. Possui continuações literárias conhecidas como As Aventuras de Robert Langdon que inclui os livros Anjos e Demônios (que se passa um ano antes do primeiro livro), O Símbolo Perdido, Inferno e Origem, a próxima aventura do protagonista que será lançada no Brasil em outubro deste ano. 

A história consegue criar uma “nova interpretação” dos fatos reais que conhecemos e devido a isso, muitos leitores admiram de tal forma o escritor e suas obras, que acabam confundindo sua história fictícia com a realidade. Já outros acabam definindo como “literatura comercial barata” e acham horrível as ideias apresentadas pelo autor, como se ele “moldasse” ou influenciasse leitores desprevenidos. De fato, para pessoas que acreditam nas mais diversas teorias de conspiração, o livro pode ser facilmente tragado e interpretado como uma verdade absoluta. Não observa-se no entanto, que livros de ficção científica muitas vezes utilizam-se de fatos científicos para criar uma mitologia em torno daquilo que é apresentado. Nesse gênero literário, é facilmente observável pelo leitor o que é ou não real. Assim como a ficção científica, Dan Brown utiliza elementos verídicos e os misturam com sua fantasia, tornando-se uma história atraente que nas entrelinhas pode parecer ter a intenção de afirmar alguma "verdade". 


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Um comentário:

  1. Eu adoro esse livro, o que Dan Brown faz nesse livro é surreal. Um dos meus preferidos do autor.
    Beijos
    Garota Sonhadora Em Livros

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