Título : A torre Negra
Direção: Nikolaj Arcel
Roteiro: Nikolaj Arcel, Akiva Goldsman
Elenco:Mathew McConaughey, Idris Elba, Tom Taylor
Sinopse: O jovem Jake Chambers (Taylor) tem sonhos estranhos e pesadelos que o fazem se comportar de forma instável e ir mal na escola. Por isso, é tido como insano e problemático por sua família. Os sonhos de Jake trazem imagens das mesmas coisas: um outro mundo, uma Torre Negra, um Homem de Preto, um Pistoleiro. Quando os planos nefastos do Homem de Preto para o universo começam a se cumprir, as barreiras entre os mundos começam a se estreitar e Jake tem que conseguir uma solução ao lado de Roland (Elba), o Pistoleiro.
Crítica
Podemos dizer que A torre negra
foi uma tentativa frustrada. Tentou-se obviamente trazer para os espectadores
um novo universo excitante que fascinasse e efetivamente nos deixasse querendo
mais. O problema, como o diretor e roteirista Nikolaj Arcel sem dúvida
descobriu, é que não dá pra se fazer isso sem uma história igualmente
envolvente e personagens que cativem. No final, o filme leva duas horas para
explicar um universo com o qual, no final de contas, nem nos importamos.
Ok,
Idris Elba é um formidável ator de ação, e caso alguém tivesse curiosidade de
vê-lo numa vibe (um pouco) faroeste, talvez tenha tido este gostinho. Que pena
que o roteiro confuso não conseguiu tornar o personagem um homão da porra herói cativante ou admirável. A tentativa com
o protagonista também não deu certo. O menino que tem sonhos estranhos e por
isso é taxado de louco não é nenhum arroubo de originalidade, mas poderia pelo
menos ter sido desenvolvido de forma que parecesse mais plausível e menos
apagado. Fica difícil se importar muito com ele, e mesmo os momentos de
sofrimento, onde poderia haver alguma conexão, passam extraordinariamente
rápido e deixam aquela sensação ruim de “oxe”.
O
filme tinha um material abundante para dispor,
afinal a saga de Stephen King na qual o filme foi baseadoi conta com
sete livros. Infelizmente, procurou-se fazer um apanhado geral da trama inteira
(o que parece tão absurdo quanto Peter Jackson criando 3 filmes a partir de O
Hobbit, com a diferença que este último conseguiu alguma coisa), eventualmente
falando muito sem querer dizer nada.
Mathew
McConaughey, pelo menos, consegue entregar um vilão robusto, na medida do
possível, com os diálogos rasos que lhe foram dados. Tom Taylor, o
protagonista, consegue a proeza de interpretar um garoto que é teletransportado
para um mundo diferente e segue agindo como se tivesse achado um atalho no caminho
da padaria. As cenas de ação não são emocionantes e as proezas de Elba com suas
pistolas não são suficientes para causar aquele “ooooooh”. Depois de um
desenvolvimento sem graça, o final, pelo menos, não destoa e dá uma
homogeneidade sem graça ao filme (se isso for um elogio).
Ou
seja, A torre negra provavelmente arruinou as chances da saga de King se tornar
uma franquia. Os fãs dos livros, embora talvez tenham conseguido se divertir
com as referências e easter-eggs no filme, com certeza vão ficar decepcionados
pelo desperdício de uma história potencialmente interessante.
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