Crítica | Blade Runner 2049


Título:  Blade Runner 2049
Direção: Denis Villeneuve
Elenco: Ryan Gosling, Harrison Ford, Jared Leto, Robin Wright, Mackenzie Davis, Ana de Armas, Dave Bautista.
Gênero: Suspense/Ficção Científica
Nacionalidade:
EUA
Classificação: ☆☆☆☆☆
SINOPSE:

O policial K (Ryan Gosling) é um Blade Runner, ou seja, ele busca “seres humanos” construídos artificialmente pelo homem, conhecidos como andróides.  Em sua caçada mais recente, ele se deparou com um segredo que vai desencadear uma investigação que pode modificar tudo o que ele acredita sobre si mesmo.


                                                  Crítica

É muito difícil mexer com uma obra tão cultuada quanto o clássico Blade Runner, lançado em 1982 e dirigido por Ridley Scott. Mas a quantidade de versões existentes do filme original – a lançada nos cinemas, a do diretor, a estendida etc – indicava que ainda cabia algum tipo de olhar em cima da história escrita por Philip K. Dick, mestre da ficção científica.

Um diretor corajoso como o francês Denis Villeneuve resolveu chamar para si a hercúlea tarefa e pode-se dizer que ele se saiu muito bem. O respeito (e até a reverência) pela obra inicial é sentido a todo o momento, o que acalma o coração de qualquer fã, temeroso com o que poderiam fazer com seu “filme do coração”.

Nesta continuação, a história se passa 30 anos depois que Deckard foge com Rachael. É totalmente possível que um espectador desavisado consiga entender o enredo sem ter visto o filme inicial, o ritmo e a condução do enredo são independentes. Mas ele, com certeza, vai perder o impacto emocional que a terceira parte carrega.

O espectador acredita plenamente que a história se passa no mesmo ambiente mostrado quando Harrison Ford caça 6 fugitivos da prisão do filme original e ainda temos outros dois diferentes que acrescentam e validam esta continuação, algo difícil de encontrar em franquias. A música talvez possa parecer um pouco excessiva, sem as sutilezas jazzísticas que Vangelis adicionou à sua eletrônica habitual.

O que mais chama a atenção são as pausas, o roteiro não coloca nenhum elemento a mais para tornar a história mais interessante. As cenas de ação estão muito bem encaixadas, tudo é limpo e tem seu lugar. Gosling imprimiu o tom correto ao policial – seco,  observador e sensível, tudo ao mesmo tempo – e todos os atores conseguem atingir o ponto correto, o que demonstra, sem dúvidas, uma direção de ator muito precisa.

A Los Angeles mostrada é claustrofóbica, chuvosa, quase inabitável. As grandes corporações e a poluição visual – uma marca muito importante no primeiro longa – voltam com força total, em detalhes e ainda mais pertinentes. Robin Wright, Jared Leto, Mackenzie Davis possuem cenas importantes, mas pontuais. É um filme para ser visto mais de uma vez.


                                      Por : Patrícia Moura



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