Crítica | Jogador nº1

Título: Jogador nº1
Direção: Steven Spielberg
Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn, T. J. Miller, Simon Pegg e Mark Rylance
Classificação:

Sinopse:

No ano de 2044, a população da Terra vive um momento caótico. A superpopulação do planeta atrelada a poluição, mudanças climáticas e extrema pobreza faz com que os humanos acreditem que a única saída para essa vida terrível é viver no mundo virtual de OASIS, jogo criado pelo solitário James Halliday (Mark Rylance). O falecido Halliday deixou antes de morrer, um desafio para todos os jogadores: quem conseguisse achar as três chaves, ganharia um easter egg que torna o vencedor o novo dono de todo o seu patrimônio. Alguns anos depois da morte do criador do jogo, Wade (Tye Sheridan), o maior fã e conhecedor do falecido – conhecido no mundo virtual como Parzival, nome de seu avatar –, não para de tentar vencer o desafio. E agora que ele está perto de desvendar o primeiro mistério para achar as chaves, Wade terá que contar com a ajuda de seus amigos e da sua nova paixão (Olivia Cooke) para ganhar o easter egg antes que Nolan Sorrento (Ben Mendelsohn) – presidente da IOI – tome controle de todo o OASIS.

Spielberg e seu amor pela cultura pop 


No universo hollywoodiano existem certas pessoas que dão uma chancela imediata de qualidade para produções. Diretores como Martin Scorsese, roteiristas como Charlie Kaufman e produtores como Jerry Bruckheimer trazem um peso para seus trabalhos apenas com sua assinatura no projeto. Há, contudo, poucas pessoas em Hollywood que têm esse prestígio em todos os três espaços. Uma dessas pessoas é o gênio Steven Spielberg. A versatilidade do diretor, roteirista e produtor, fizeram dele uma das lendas vivas do cinema moderno. Sempre engajado nos mais diversificados trabalhos, Spielberg deixou sua marca ao dirigir gêneros distintos. Seu legado maior, contudo, está na ficção científica graças aos seus estrondosos sucessos: Contato imediato do terceiro grau (1977), E.T. - O extraterrestre (1982), Jurassic Park - Parque dos Dinossauros (1993), A.I. - Inteligência artificial (2001), Minority Report (2002) e o remake de Guerra dos Mundos (2005). Em 2018, após 13 anos longe do gênero que lhe deu a coroa de mestre, Steven Spielberg volta as telonas com o arrebatador sucesso de Jogador nº1

A carreira de Spielberg deixa muito claro o seu amor pela cultura pop, uma vez que ele foi e permanece sendo um grande propagador dela. Jogador nº1 funciona como uma belíssima homenagem aos mais diversos elementos pop. Baseado no livro do autor Ernest Cline – cujo também assina o roteiro – o longa-metragem é carregado de elementos que fazem referências aos mais diversos jogos, filmes, séries e músicas da cultura pop, em especial aos referentes a década de 1980, momento favorito da personagem de Mark Rylance. Como o próprio jogo, o longa é carregado dos easter eggs pop ao seu decorrer. A película é o verdadeiro momento que o universo geek sempre esperou. 

O enredo do longa é essencialmente simples, mas carrega a capacidade de se tornar uma pérola do universo geek. Apesar de se passar num mundo gamer, a trama abrange muito mais do que isso, permitindo que os outros nichos da cultura pop apreciem o filme. Além disso, o roteiro feito por Zack Penn e Ernest Cline é muito cuidadoso com a questão das gerações. O longa usa das referências para alcançar todas as faixas etárias possíveis, trazendo elementos como o livro e filme O iluminado, a série de jogos Street Fighter (lançada em agosto de 1987), a série de tv do Batman (1966 – 1968), a franquia De volta para o futuro (1985 – 1990) e a animação O gigante de ferro (1999). Com essas e outras referências, a película permite que não haja fator de exclusão em nenhum âmbito - seja ele temático ou etário. 

A parte técnica do filme é impecável. Spielberg mais uma vez se rodeou dos seus antigos parceiros para criar mais uma espetacular produção audiovisual.  O trabalho de Janusz Kamiński (diretor de fotografia) e Michael Kahn (editor) – ganhadores do Oscar em suas respectivas categorias em A lista de Schindler, de 1993 – está estonteante. O compositor Alan Silvestri, cujo já teve inúmeras parcerias nos filmes de Robert Zemeckis, incluindo a franquia De volta para o futuro, criou uma trilha sonora incrível para a sua primeira parceria com Spielberg. Além desses três nomes, a nova produção da Warner Bros. contou com um elenco muito bom, dando destaque maior para a presença do elenco juvenil maravilhoso e do brilhante Sir Mark Rylance.

Jogador nº1 chega aos cinemas para marcar um novo momento de excelência da carreira brilhante de Steven Spielberg. O diretor trouxe de volta para as telonas o tipo de filme que o deu notoriedade. A aventura com pitadas utópicas e de ficção científica incitam uma volta no tempo para um momento onde a cultura pop vivia o seu ápice. Spielberg presenteou o universo geek com um longa que emocionará a todos por ser uma ode ao mundo do entretenimento e seu legado.

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