Crítica | Cadáver



Título Original : The Possession of Hannah Grace  
Direção : Diederik Van Rooijen
Roteiro: Brian Sieve 
Gênero : Terror , Mistério , Thriller
Nacionalidade: EUA 
Classificação:  
Sinopse:  
Megan Reed (Shay Mitchell) é uma policial reformada que tem lutado contra os vícios. Ela está prestando serviços comunitários em um hospital, como um pagamento para o tratamento que a deixou sóbria. Tudo, entretanto, torna a história muito mais macabra depois que um cadáver misterioso é encontrado no local.                                         


                                                             Crítica
















Aqui tem-se mais um filme em que aprendemos um pouco do que devemos ou não fazer. Primeiro: O filme não cumpre o papel que propõe, torna 1h25 de exibição uma aventura beirando a incompreensão absoluta caso não preservasse a apresentação da personagem principal Megan.

Imagina ficar na parte mais baixa do hospital sem ninguém pra te escutar gritar?

Destaque positivo
A fotografia brinca com o jogo de luz e sombra, favorecendo um clima denso e suscitando mais do que está por vir. Neste trabalho a marcação com luz tem um papel fundamental porque Megan (Shay Mitchell) se encontra na parte mais baixa do hospital e o funcionamento da maioria das luzes se dá por sensores de presença - sentiu a pressão?

A maquiagem também fora bem executada associado ao trabalho de corpo da atriz garantindo momentos de suspensão.
Diminuição considerável de jump scare é algo que me alegra. O filme se sustenta no ambiente excelente que possui, dando um alívio mental e fisiológico aos meus ouvidos por não escutar barulhos altos, abruptos e sustos. Vejam esse vídeo maravilhoso e entendam porque eu não aprecio obras que se reduzem a isso.

A Hannah interpretada por Kirby Johnson é dançarina, por isso sua incrível flexibilidade.
Destaque negativo
O roteiro é inconsistente porque não se propôs a desenvolver sua própria ideia tornando sua apresentação falha e não explica os detalhes mais importantes que justificam ações dos personagens. Além de não executar bem o primeiro trabalho, ainda sugere que poderá ter uma continuação. Não existe um momento em toda a história exceto um detalhe de sangue que talvez poucas pessoas notem que justifique o ponto de virada. E caso tenha ocorrido, o destaque feito fora tão rápido que transformar tal aspecto num plot twist não gera surpresa mas confusão para quem está assistindo.
A mudança de clima do filme só consegue existir por conta do deslocamento temporal realizado porque rompe com todo os primeiros minutos do longa. Os problemas que se desencadeiam são tão mastigados que não resta nada para o espectador descobrir, apenas ver. Passividade total é desestimulante. A TV tem esse papel mas um filme? Até a passividade precisa ter um objetivo.

Considerações
Por que grandes obras de terror são fantásticas? Porque lembramos dos seus personagens. E por que nos lembramos deles? Porque eles possuem uma história. Todo ser, criado ou vivo, possui história. Conhecemos a história e o trauma da policial mas não sabemos nada sobre Hannah Grace e o nome dela está no título do filme. Sabemos o que acontece com ela no fim mas não temos nenhuma informação do processo anterior. Suponho que a produção temia ser mais uma história sobre caso de possessão.
Essa é uma das maiores falhas da história porque reduz uma grande personagem ao pó tornando o filme um distanciamento imponente que não gera conexão com o público e se limita a um confronto de encerramento sem explicação com um plot twist absurdo.
Criar uma sequência para tapar todos os buracos deixados nesse primeiro filme demonstra falha. Uma sequência surge para contar novas histórias. Esse filme não tem história. A produção nem se deu a humildade de se caracterizar como trash porque queria ser thriller/terror - o que não é.
Essa obra tinha pontos bons o suficiente para ser de excelência se quem produziu e trabalhou no projeto acreditasse no que criou. O apelo ao existente atrelado a repetição de baixa qualidade torna a experiência frustrada.

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