Resenha: A Boa Filha | Karin Slaughter

Título: A Boa Filha

Autora: Karin Slaughter

Editora: Harper Collins

Ano: 2018

Número de Páginas: 463

Classificação: 

Sinopse: Duas meninas são forçadas a entrar numa floresta sob a mira de um revólver. Uma corre para se salvar. A outra é deixada para trás...

Charlotte e Samantha eram apenas adolescentes quando invadiram sua casa em Pikeville à procura de seu pai Rusty, um advogado de defesa odiado por algumas pessoas da cidade que o viam como "a mão direita do Satanás" por defender criminosos de todo tipo.

Ele estava no fórum quando dois homens descontaram seu ódio na família - matando sua esposa, atirando na cabeça de Samantha, deixando-a à beira da morte, e aterrorizando Charlotte. 

Afastadas pelo trauma, as irmãs precisam se reencontrar após um crime hediondo em uma escola. Charlotte é a primeira a chegar ao local do crime e revive a violência do seu próprio passado. Após tantos anos de segredos e silêncio, a família é obrigada a lidar com o caso em uma história de intrigas e reviravoltas que mostra que nem tudo é o que parece. 

                                                    Resenha

Gamma é uma mulher de inteligência excepcional que depois de algum tempo trabalhando na NASA, tornou-se esposa, mãe e dona de casa. Em sua visão, os homens têm sempre mais chances que as mulheres, de sorte que tendo duas filhas, escolhe para elas nomes que possam ser confundidos: Samantha e Charlotte. Sam e Charlie. 

Apesar de sentir nostalgia a respeito da carreira que poderia ter tido, Gamma ama as filhas e o marido, Rusty. E, com eles, vive - de uma forma considerada diferente pelas outras famílias. 

"- Estou tentando entender por que o meu bolo solou - Explicou Gamma. - Esse é o problema com a vida, Sam. Se você não está crescendo, está afundando". 

Em razão do trabalho de Rusty, a família sofre algumas perseguições. Sam e Charlie são adolescentes quando a maior das tragédias se abate sobre a família: dois homens que resolvem descontar seu ódio em sua família, matam Gamma e levam as meninas para a floresta, na tentativa de matá-las também. Charlie consegue fugir. Sam leva um tiro na cabeça. 

A partir daí, a história dá um salto no tempo e traz muitas, muitas surpresas. 

Rusty é um advogado criminalista, apaixonado pelo trabalho, que por um momento fica sem chão, quando perde sua esposa e diante dos traumas das filhas. Contudo, segue com seu trabalho, mesmo enfrentando o julgamento dos assassinos da Esposa. 

Ambas, depois de crescidas, optam por seguir a carreira do pai: são advogadas. Sam, no entanto, não só não quer voltar à cidade em que tudo aconteceu, como prefere escolher outra área do direito para atuar e opta por manter pouco contato com a família. 

Charlie trabalha com o pai. Segue seus passos, ainda que de forma um pouco diferente. Se casou e voltou a Pikeville. 

E é em Pikeville que pela segunda vez, quase 30 anos depois, a vida coloca a família em uma situação complicada: chega o momento de se reunir e lidar com o passado. 

"Nada nunca desaparecia de verdade. O tempo apenas amortecia as dores". 

Nem todo mundo é o que parece ser e nem tudo é da forma como nos é contado. 

A história é fantástica: contada por diversos pontos de vista e em diversos momentos. Não há uma só passagem ruim. Os personagens são cativantes: cada um com seu fardo, com seu jeito de ser, seus segredos e vontades e frustrações. O livro é fascinante e prende a atenção do início ao fim, que é completamente surpreendente.