Crítica| Projeto Gemini (2019)

Título original: Gemini Man
Direção: Ang Lee
Elenco:  Will Smith, Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen, Benedict Wong 
Classificação:
Sinopse: Henry Brogan (Will Smith) é um assassino que está tentando aproveitar sua aposentadoria, enquanto luta com sua própria consciência, quando entra na mira de um homem que aparenta ser uma versão mais jovem sua, então ele se alia a agente Danielle Zakarweski (Mary Elizabeth Winstead) e ao seu velho amigo Baron (Benedict Wong) para entender a situação.



“Impressionante nem sempre significa bom


     Projeto Gemini é um filme ambicioso, e aposta alto na tecnologia para nos impressionar, tendo sido filmado em altíssima resolução e numa alta taxa de quadros (HFR), a 120 frames por segundo (fps) para ser mais exato, tudo isso para fornecer uma experiência bem diferente daquilo que estamos acostumados, algo que eles chamam de  3D+ ou 3D Plus. Além disso temos um jovem Will Smith recriado com o uso de captura de movimentos e que remete ao início da carreira do ator. 

     O longa foi exibido a uma taxa de 60 fps, 2,5x a mais que os tradicionais 24 fps, o que aliado à resolução de 4K tornaram o filme um pouco estranho de assistir, sendo tanto uma benção quanto uma maldição. Por um lado temos uma enorme sensação de fluidez e realismo nas cenas de diálogo, algo que acaba sendo ofuscado, pois o excesso de cortes e closes no rosto dos atores, usados justamente para ressaltar a qualidade das câmeras, acaba tornando estas cenas cansativas e repetitivas. Já as cenas de ação sofrem de um mal muito pior.

     A artificialidade é um dos temas de Projeto Gemini, afinal é um filme sobre clonagem, mas temos um problema sério quando isso está presente naquilo que deveria ser o ponto forte de um filme de ação. As perseguições, os tiroteios e os combates mano a mano; todos parecem falsos, a impressão que dá é a de que estamos assistindo a um vídeo acelerado, e em alguns momentos o que está na tela é mais próximo de um videogame do que de um filme.

     A obra possui um roteiro simples e previsível, e uma trilha sonora fraca, mas em meio a tudo isso temos uma excelente perfomance de Will Smith que carrega esse filme nas costas praticamente sozinho, enquanto contracena com personagens em sua maioria pouco expressivos. O visual da versão mais nova dele é bem convincente e figura como um dos melhores usos da tecnologia de computação gráfica. 

     Em resumo Projeto Gemini é um filme que focou demais na tecnologia visual e parece ter negligenciado os outros aspectos necessários para contar uma boa história, mas demonstra bem o potencial do HFR que com alguns ajustes pode vir a ser o padrão no futuro, mas se não quiser esperar, você pode experimentar este novo formato em Projeto Gemini e tirar suas próprias conclusões.

Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário