Direção: Adil El Arbi e Bilall Fallah
Roteiro: Chris Bremner, Peter
Craig e Joe Carnahan
Elenco: Will Smith, Martin
Lawrence, Vanessa Hudgens, Joe Pantoliano
Lançamento: 30 de janeiro de 2020 (Brasil)
Classificação:
Sinopse: Terceiro episódio da saga dos policiais Burnett (Martin Lawrence)
e Lowrey (Will Smith), que devem encontrar e prender os mais perigosos
traficantes de drogas de Miami. Dessa vez eles enfrentam a fúria de um
assassino misterioso atrelado ao passado de Mike Lowrey.
Velozes e Furiosos
com Will Smith
Se eu vou
assistir um filme do Micheal Bay eu prefiro que ele seja dirigido pelo próprio
e não por quem simplesmente tenta imitar seu estilo. Bad Boys (1995) e Bad
Boys II (2003) são filmes muito divertidos que vivem e morrem na idiossincrasia
do Mike Bay, verdadeiras joias do excesso. Bad Boys Para Sempre, por sua
vez, não passa de uma cópia de carbono, fora da validade e repetitiva das mesmas
ideias “bayescas” de mais de 2 décadas.
É uma tentativa
descarada de transformar essa saga numa franquia de ação como Velozes e Furiosos,
afinal existe muito dinheiro a ser ganho nesse mercado de telenovelas de alta
octanagem para o cinema.
As similaridades
são muitas, beira o ridículo. Cenas de ação/crime com alguns elementos de
comédia, sustentados por um elenco urbano americano diverso. Apelo ao tema de “família”
e laços fortes não necessariamente de sangue relacionados com reviravoltas e
estilo narrativo de telenovela latina. Vilões que se tornam bons após matar
personagens coadjuvantes amáveis. Introdução de um time de personagens novos e jovens.
Foco mínimo em personagens femininos. Enquadramento de cena de paisagens urbanas
e mulheres lindas e zombação cômica interminável entre 2 personagens “macho man”, e por aí vai.
A atuação de ninguém é memorável, a química do elenco (excluindo
Will Smith e Martin Lawrence) é medíocre.
O diálogo é infantil e sem profundidade, gira em volta de exposição na frente
de um notebook e piadas telegrafadas. O enredo é melodramático da pior maneira possível:
situações de um “passado secreto” que nunca foram insinuadas antes, capazes de
descarrilhar a linha do tempo dos 3 filmes instantaneamente. Apesar do esforço
para parecer orgânico e autoconsciente da sua porosidade. Essa fachada é milimetricamente
fina.
Falando em fachada, é um
dos filmes de ação esteticamente mais feios que vi nos últimos anos. A
composição é pedestre, a iluminação é pouco natural, as cores parecem gloss,
as cenas de ação fluem com pouca credibilidade, ou seja, coisas acontecem na
esperança de formar quadros interessantes, deixando o filme visualmente
antinatural. Isso não tem nada haver com o uso de computação gráfica ou
realismo das acrobacias, é puro reles criativo.
Tadinhos do Will Smith e do
Martin Lawrence, eles estão ficando muito velhos para isso.
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