Resenha: Entrevista com o vampiro | Anne Rice

Título: Entrevista com o vampiro

Autor: Anne Rice

Editora: Rocco

Sinopse: Uma história que começa com a ousadia de um jovem repórter ao entrevistar Louis de Pointe du Lac nascido em 1766 e transformado em vampiro pelo próprio Lestat figura apaixonante que terminará ao longo da série arrebatando multidões como cantor de rock.´― Quer dizer que ele sugou o seu sangue? – perguntou o rapaz.― Sim o vampiro sorriu. É assim que se faz.´Louis esse vampiro que se recusa a livrar-se das características humanas e aceitar a crueldade e a frieza que marcam os vampiros continua a contar a história desde o início:´― Escute mantenha os olhos abertos – murmurou Lestat com os lábios encostados em meu pescoço.― Lembro-me que o movimento de seus lábios arrepiou todos os cabelos de meu corpo enviando uma corrente de sensações através de meu corpo que não me pareceu muito diferente do prazer da paixão...´É um mundo de uma fantasia impressionante um mundo gótico romântico esse criado por Anne Rice e traduzido por Clarice Lispector. O texto da autora americana não poderia ter melhor intérprete talvez mesmo cúmplice.

Resenha


Nesta nova, e maravilhosa, edição capa dura do clássico "Entrevista com o vampiro", que já foi transformada em filme, conhecemos a história de Louis, um vampiro que decide contar sua história, desde sua transformação, para um jovem jornalista. Através de seus profundos relatos, conhecemos algumas vampiros que passaram pela sua vida, como Lestat, Claudia e Armand, e como cada um influenciou sua vida e a forma como como lidou com o valor da vida humana e vampírica.

Acredito que uma grande maioria das pessoas com mais de 20 anos, já ouviu falar ou assistiu ao filme que adaptou o livro, com atores como Tom Cruise e Brad Pitt. Eu nunca tinha tido a chance de ler o livro, mas aqui estou com a minha opinião sobre ele. Eu já tinha lido algo da autora antes, então já tinha uma noção de como a escrita dela aconteceria. Uma coisa que me chamou a atenção, positivamente, é que ele não se tornou um monólogo chato, como imaginei que seria. Muitas vezes, ao fazer o livro ser uma narração do personagem, a história acaba ficando muito superficial, mas aqui isso não acontece, pois Louis está contando a história e acompanhamos acontecimento e diálogos, através da fala de outros personagens também.

O original desse livro foi lançado décadas atrás, e trouxe o perfil de como um vampiro "raiz" deveria ser. Lendo essa história agora, é possível ver isso, e ainda se sentir atraído, porque não é um tipo de vampiro e sociedade vampírica que vemos nos livros mais modernos. A história é interessante e profunda, mas se o leitor procura grandes emoções e momentos épicos/dramáticos, não vai encontrar aqui. A história prende, trás questionamentos e personagens complexos, mas a história consegue manter seu clima linear do começo ao fim.

Eu acho bem legal, como a autora procura nos apresentar à reflexões e pensamentos, sem deixar tudo escrito palavra por palavra. De forma sensível e delicada, ela vai apresentar emoções, atitudes e momentos, que fazem o leitor refletir e tirar suas próprias conclusões, se ele se propor a analisar um pouco. Louis é um personagem dramático (às vezes até demais), pois ele sofre pela vida e humanidade que perdeu, e não sabe lidar com sua vida de vampiro. 

Já Lestat (vilão? Anti-heroi? Dificil dizer...) traz o outro lado da moeda, como alguém que assume tudo aquilo que vem com a ideia de ser vampiro, mas ainda questionando se é tudo real ou a forma como ele lida com a transformação. Diversos outros personagens e relações surgem, entrelaçando os ideais de cada um e questionando/mudando o que sabemos sobre eles. É um livro que me conquistou demais, e essa edição capa dura com marcador em fita, está um luxo, que vale muito a pena ter na estante.

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