Resenha: Britt - Marie esteve aqui | Fredrik Backman

 

Título: Britt - Marie esteve aqui

Autor: Fredrik Backman

Editora: Fábrica231

Sinopse: Britt-Marie não suporta bagunça. Uma gaveta de talheres desorganizada está no topo de sua lista de pecados imperdoáveis. Para ela, o dia começa às seis da manhã, porque apenas lunáticos acordam mais tarde. E ela não é passivo-agressiva. De forma alguma. Acontece que às vezes as pessoas interpretam suas sugestões construtivas como críticas, o que certamente não é a intenção. Britt-Marie não é do tipo que faz julgamentos ― não importa quão mal-educadas, desleixadas ou moralmente duvidosas as pessoas possam ser. Mas, por trás do jeito socialmente desajeitado, exigente e intrometido há uma mulher cheia de imaginação, com sonhos maiores e um coração muito mais afetuoso do que qualquer um ao redor dela é capaz de perceber. Quando Britt-Marie resolve deixar o marido infiel para trás e se virar por conta própria na cidadezinha “onde Judas perdeu as botas”, também conhecida como Borg ― sobre a qual o maior elogio que se pode fazer é que é construída ao longo de uma estrada ―, ela está mais do que despreparada. Contratada para cuidar de um centro recreativo prestes a ser fechado, a meticulosa Britt-Marie precisa lidar com pisos enlameados, crianças indisciplinadas e um rato (literalmente) como colega de quarto. Ela se vê envolvida no cotidiano dos moradores locais, uma estranha variedade de canalhas, bêbados e desocupados ― e um policial boa-pinta que mal consegue esconder seus sentimentos pela recém-chegada. E, para completar, a ela restou a impossível tarefa de treinar e conduzir um time infantil de futebol sem o menor talento rumo à vitória.

Resenha


Em "Britt-Marie esteve aqui" acompanhamos Britt-Marie, uma senhora em seus 60 anos, que depois do fim de um casamento de 40 anos, se vê sem perspectiva de futuro e sem saber o que fazer. Passou toda a vida só cuidando do marido e dos filhos dele, deixando de lado todos os seus planos e sonhos. Agora, ela precisa arranjar um emprego, e lidar com as mudanças que a sua vida sofreu. Britt acaba conseguindo um cargo como zeladora em um centro recreativo, na abandonada cidade de Borg, onde a maioria dos moradores foram embora, e a cidade está entregue à algumas poucas pessoas.

Lá Britt precisa lidar com suas próprias crenças e pensamentos, deixando de lado algumas coisas que sempre tomou como certas. Vai acabar tendo que conviver com um grupo de crianças que a querem como treinadora de futebol (esporte que ela não sabe nada); um xerife que adora fazer cursos sobre as mais variadas coisas e parece ter uma queda por ela; a dona de uma pizzaria/café/correios/ oficina (tudo no mesmo lugar), e um jovem metido com gente errada, e que precisa cuidar dos irmão mais novos.

Esse foi um livro que eu comecei não dando nada. Nunca tinha lido nenhum livro do autor antes, e demorou um pouco para a leitura engrenar. Isso porque não estou acostumada a ler um livro que trás como protagonista, uma senhora de idade, e porque a Britt não começa sendo a personagem mais simpática. Ela fala o que pensa, não saber desenvolver uma conversa, e é cheia de manias, como de limpar tudo, organizar talheres, e horário das refeições. Ela é o tipo de pessoa que deixa qualquer um doido, mas na medida em que ela precisa lidar com outras pessoas, fora daquele mundinho que sempre envolver só ela e o marido, ela vai se desenvolvendo e o leitor acaba gostando bastante dela.

Depois de algumas páginas, o livro consegue nos conquistar e acabei terminando ele muito rápido. É uma história contada de forma leve, mas que trata de assuntos interessantes como depressão, manias, traumas da infância, o divórcio depois de muitos anos juntos e relações familiares. 

Com analogias à futebol, e personagens únicos e bem humorados, o autor procurar falar sobre o que queremos para o nosso futuro, e como as vezes vamos empurrando para depois e em algum momento vemos que não gostamos onde fomos parar. É um livro gostoso de ler, divertido e dramático, na medida certa, que buscar mostrar como podemos marcar a vida de alguém ou ter a nossa própria vida guiada, por escolhas que nem foram nossas.

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