Classificação: 3,5/5
Crítica
Nesta semana chega aos cinemas mais
um capítulo da saga de cinematográfica do Deus do Trovão, com uma perspectiva
trazer a nostalgia a um personagem tão querido numa fase de produções da Marvel
marcadas pelo novo. Dirigido novamente por Taika Watiti – mesmo diretor de Thor:
Ragnarok (2017) – não fica muito claro qual era a missão aqui. Isso porque a
trama sugere uma comédia romântica, mas não necessariamente a executa dentro de
uma narrativa simplista que consiste em: Thor precisa lidar com carniceiro dos
deuses enquanto reencontra uma antiga paixão.
Eis um fato sobre esse herói que está
se encaminhando para seu 4 filme solo: Chris Hemsworth, seu interprete, estava completamente
infeliz com os rumos que o personagem estava tomando nos dois primeiros longas.
Com enredos engessados, houve um forte descontentamento sobre as formas como os
personagens eram retratados. Para Chris, que é um ator essencialmente da
comédia, o vingador mais forte não tinha encontrado ainda seu caminho. Já para Natalie Portman, que vivia Jane Foster, seu par romântico, não havia nada de
interessante ali, afinal ela só aceitou retornar ao papel por causa da visão da
diretora Patty Jenkins (Mulher Maravilha), que acabou desistindo do
projeto, dando lugar ao limitado Alan Taylor. Nem mesmo o veterano Anthony Hopkins
tinha interesse em interpretar Odin novamente. Tudo isso mudou com a chegada de
Taika Watiti.
Em Ragnarok, Thor sai do
dramalhão Shakespeariano para o cômico escrachado, dando o tom que seguiria com o
herói em todos os filmes que participasse a partir daí, independente do que lhe
acontecesse. Essa mudança fez muitos estranharem a abordagem e ainda hoje existe uma clara
divisão entre quem ama e odeia essa nova vertente. Entendendo esse ponto, é
importante ressaltar: Se não gostou de Thor: Ragnarok, talvez Amor e
Trovão não seja pra você.
Não, não temos o lixão de volta,
mas todas as características do filme anterior estão elevadas a décima potência
aqui. Tudo é muito colorido, tudo é muito escrachado, tudo tem muito humor,
tudo é... demais. Se isso é bom ou ruim
vai depender única e exclusivamente da sua percepção.
Aqui o filme precisava lidar com
um excelente Christian Bale como Gorr, que tem como missão matar todos os
deuses por acreditar que são hipócritas e não fazem nenhum bem, em contrapartida temos Thor
tentando se encontrar depois de tantas perdas pessoais e Jane Foster reaparecendo
de forma inesperada. Precisava funcionar e acima de tudo, precisava ser orgânico e foi. Pelo
menos na maior parte do tempo.
Apesar de não ter dado espaço
para personagens secundários como Valquíria (Tessa Tompson), as relações são
muito naturais e funcionam muito bem. Talvez um dos pontos que mais chamem atenção
é quanto o filme consegue utilizar muito bem as cores e se destaca como tendo
umas das cenas mais bonitas dos filmes de Thor, com uma fotografia que lembra
muito 300 (2006) de Zack Snyder. O grande problema desse longa
talvez seja a falta de emoção nos momentos que precisava de dramaticidade, já
que a piada não só se sobressai como ultrapassa e muito o ritmo dos
acontecimentos.
No final das contas, Amor e Trovão
e um grandessíssima aventura infantil - mesmo com piadas relativamente adultas - em que é perceptível o quanto os envolvidos se divertiram fazendo. Apesar da
estrutura narrativa não ser eficiente e comédia ainda prevalecer mais do que deveria, é um filme carismático
e ao mesmo tempo muito caótico, com uma trilha sonora invejável, além de participações especiais no mínimo
interessantes. Se quiser rir sem grandes elaborações, assistir algo leve e
distrair a mente, essa é uma boa opção. E lembre-se: for vê-lo, vá de coração
aberto.
Boa sessão pra você!!!
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