RESENHA: GRITO DE GUERRA DA MÃE-TIGRE | AMY CHUA


Título: Grito de Guerra da Mãe-Tigre
Autora: Amy Chua
Editora: Intrínseca
Número de páginas : 240
Classificação : ★ ★ ★ ★ 

Sinopse

Grito de guerra da mãe-tigre é a história incontestavelmente honesta, muitas vezes engraçada e sempre instigante de uma mãe radical. Por se opor de maneira drástica à indulgência dos pais ocidentais, Amy Chua tomou a decisão de criar as filhas, Sophia e Lulu, à moda chinesa.

As mães-tigres veem a infância como um período de treinamento. Para Sophia e Lulu, isso significa aulas de mandarim, exercícios de rapidez de raciocínio em matemática e duas ou três horas diárias de estudo de seus instrumentos musicais (sem folga nas férias, e com sessões duplas nos fins de semana).

Grito de guerra da mãe-tigre expõe o choque das visões de mundo oriental e ocidental no que diz respeito à criação dos filhos. Mas é basicamente a história das expectativas de uma mãe em relação às duas filhas e os riscos que está disposta a enfrentar para investir no futuro de ambas.

"Essa é a história de uma mãe, suas duas filhas e suas duas cadelas.
Era para ser uma história de como os pais chineses são educadores mais competentes que os pais ocidentais.
Em vez disso, narra um amargo choque entre culturas, um sabor fugaz de glória e a forma como fui humilhada por uma menina de treze anos".


Resenha 

Diferente da típica mãe ocidental, a mãe chinesa acredita que:

  1. Os deveres escolares são sempre prioritários;
  2. Um A- é uma nota ruim;
  3. Seus filhos devem estar dois anos à frente dos colegas de turma em matemática;
  4. Os filhos jamais devem ser elogiados em público;
  5. se seu filho algum dia discordar de um professor ou treinador, sempre tome partido do professor ou do treinador;
  6. As únicas atividades que seus filhos deveriam ter permissão de praticar são aquelas em que pudessem ganhar uma medalha;
  7. Essa medalha deve ser de ouro.

A princípio gostaria de esclarecer o real significado do termo "mãe-chinesa", consiste em um modelo de educação típica da china adotado por pais chineses ou não. Existem mães de origem chinesas residentes no ocidente que não adotam este modelo para educar seus filhos.

Filha de imigrantes chineses, Amy Chua cresceu no Meio-Oeste dos Estados Unidos com suas três irmãs, teve uma educação muito rígida, alicerçada na extrema disciplina e em medidas punitivas. O idioma chinês era obrigatório em casa, golpes de hashis castigavam quem ousasse pronunciar alguma palavra em inglês. 

O livro é uma autobiografia de Amy, descrevendo o método de educação chinês aplicado na criação de suas duas filhas, Sophia e Louisa. Amy considera medíocre e preguiçosa a forma com que os ocidentais criam seus filhos, ela acredita que a infância é uma fase de treinamento e aperfeiçoamento para uma fase adulta de sucesso. Segundo Amy, crianças não devem ter permissão de:

  • dormir na casa de amiguinhas;
  • aceitar convites para brincar com amiguinhos;
  • participar de peças encenadas na escola;
  • reclamar por não participar de peças encenadas na escola;
  • ver televisão ou brincar com jogos no computador;
  • escolher suas atividades extracurriculares;
  • tirar qualquer nota abaixo de A;
  • não ser a primeira da classe em todas as matéria, exceto educação física e teatro;
  • tocar qualquer instrumento senão piano ou violino;
  • não tocar piano ou violino.

Amy casou-se com Jed, judeu. A primeira de suas duas filhas a nascer foi Sophia, racional e dedicada. Aos dezoito meses, Sophia sabia todo o alfabeto. Aos três anos, ganhou seu piano. Louisa (Lulu), sempre fora o oposto de Sophia, extremamente resistente ao cumprimento de ordens, rebelde. Discussões fervorosas eram constantes em casa. Lulu ganhou um violino.

Há um velho provérbio chinês que diz: "A prosperidade nunca pode durar três gerações". Amy acreditava fortemente nisso. A terceira geração era bem a de Sophia e Lulu, e ela como mãe tigre que era, jamais permitiria o fracasso. Amy nascera no ano do tigre, segundo o horóscopo chinês.
"Os pais chineses compreendem que nenhuma atividade é divertida antes que a pessoa a execute bem. Para ser bom em alguma coisa, você deve trabalhar, e as crianças nunca querem trabalhar por si mesmas, por isso é crucial dominar suas preferências".
Amy acreditava que a música clássica proporcionaria a suas filhas toda erudição e intelectualidade necessária para o sucesso. Portanto, Sophia e Lulu eram submetidas a ensaios diários, de várias horas, ao piano e violino, respectivamente. As meninas não faziam mais nada, a não ser ensaiar e ir a escola. Quase não tinham contato com outras crianças.

Vários eventos foram surgindo, recitais e apresentações informais. A rotina de ensaios se intensificou, fadiga era inaceitável. Amy só aceitava a perfeição e argumentava que jamais desistiria de suas filhas, que elas deveriam ser crianças prodígias, estar a frente de todas as outras. 
"Os pais ocidentais se preocupam com a parte psicológica dos filhos. Os pais chineses, não. Presumem força, não fragilidade, e por isso agem de maneira muito diferente".
Amy, as vezes passava do limite, chamava as meninas de "lixo" durante discussões. Duas cadelas de estimação foram utilizadas como objeto de chantagem para que as meninas cumprissem o que ela queria. Até durante as viagens de férias as meninas tinham que ensaiar.

Grito de Guerra da Mãe-Tigre é um livro de vários momentos. Cada leitor irá estabelecer suas concordâncias e discordâncias com o método chinês. Em alguns momentos parece maus tratos, em outros, o modelo certo a seguir. Porém uma lição acredito que deva ficar: Por melhores que sejam nossas intenções, as consequências podem ser imprevisíveis.

Boa Leitura!!!


Matéria exibida no Jornal da Globo sobre o lançamento do livro e sua repercussão:




















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