Resenha: Garota em Pedaços | Kathleen Glasgow

Título: Garota em Pedaços
Editora: Planeta
Autor: Kathleen Glasgow
Número de páginas: 348
Classificação:Nenhum texto alternativo automático disponível.
Sinopse:
Além de enfrentar anos de bullying na escola, Charlotte Davis perde o pai e a melhor amiga, precisando então lidar com essa dor e com as consequências do Transtorno do Controle do Impulso – um distúrbio que leva as pessoas a se automutilarem. “Viver não é fácil. ” Quando o plano de saúde de sua mãe suspende seu tratamento numa clínica psiquiátrica – para onde foi após se cortar até quase ficar sem vida –, Charlotte Davis troca a gelada Minneapolis pela ensolarada Tucson, no Arizona (EUA), na tentativa de superar seus medos e decepções. Apesar do esforço em acertar, nessa nova fase da vida ela acaba se envolvendo com uma série de tipos não muito inspiradores. Cansada de se alimentar do sofrimento, a jovem se imbui de uma enorme força de vontade e decide viver e não mais sobreviver. Para fugir do círculo vicioso da dor, Charlotte usa seu talento para o desenho e foca em algo produtivo, embarcando de cabeça no mundo das artes. Esse é o caminho que ela traça em busca da cura para as feridas deixadas por suas perdas e os cortes profundos e reais que imprimiu em seu corpo. Romance de estreia de Katlheen Glasgow, que figurou na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times. Nele, os leitores vão se emocionar e se inspirar na história da adolescente de 17 anos que, por conta de sofrer de Transtorno do Controle do Impulso, pratica o “cutting” – um distúrbio que afeta um grande número de jovens brasileiros e também personalidades do universo teen, como Demi Lovato e Britney Spears, entre outras.


                                                 Resenha

   Charlie não tem nada, nada que possa chamar de seu, nada a que se agarrar, nada exceto suas cicatrizes, que se espalham pelos braços, barriga e pernas, mas elas lhe fazem sentir vergonha, pois são resultado dos cortes que ela mesma fez.

  Quando o inferno do lado de dentro fica impossível de suportar as pessoas recorrem a quaisquer coisas que ajudem a aliviar a dor, independente do que seja, comida, bebida, drogas ou ainda mais dor. O cutting (automutilação que consiste em ferir a si mesmo deliberamente, porém sem intenção de suicídio), praticado por Charlie é quase um ritual, a única coisa que pode ajudar a lidar com a dor e o vazio de sua vida. 

    E podem ter certeza, a vida dela é uma droga mesmo. Charlie não tem apoio algum, ninguém que se preocupe com ela, tanto que fica feliz por ser internada na clínica psiquiátrica e conseguir comida e um teto.

  Órfã de pai, que se suicidou em decorrência da depressão, vítima de bullying constante na escola e posteriormente expulsa de lá, perdeu a melhor amiga por causa da automutilação e saiu da casa da mãe depois de uma das muitas brigas que terminaram em agressões de ambas as partes, Charlie tenta se suicidar ao se ver presa em uma casa de prostituição, depois de semanas vivendo na rua.

   Realmente, ela tem motivos para estar feliz na clínica, mas sua sorte não dura muito pois o plano de saúde deixa de cobrir os custos da internação e ela não tem qualquer outra alternativa senão voltar para casa da mãe, que não a quer. 

  Mas antes que isso aconteça, inesperadamente Charlie recebe ajuda de um amigo, o único que sobrou, e vai para a Flórida fazendo o possível para construir uma nova vida. Agora ela precisa descobrir como seguir em frente e como conviver com os monstros que seguiram viagem junto com ela.

   Garota em Pedaços é uma história difícil de digerir pois não existem mocinhos nem vilões, apenas pessoas  de todos os tipos lutando para sobreviver dentro dos mundos que conhecem. Também não é uma história de superação: as pessoas são levadas aos seus limites até desabarem, os mais fortes se reerguem e repetem o ciclo, os mais fracos desistem e submergem no próprio desespero.

   Mas é uma história como a vida, de perdas e ganhos, aproximações e distanciamentos, ascensão e queda, e pode nos levar a pensar que não há nenhum progresso queda após queda. Ledo engano! A vida é cíclica e podemos crescer muito apesar (ou talvez por causa) de passarmos repetidamente, porém de maneiras diferentes, pelos mesmos marcos.

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