Resenha: Sway | Kat Spears

Título: Sway
Editora: Globo Alt
Autor: Kat Spears
Número de páginas: 256 
Sinopse:
Sway é o apelido de Jesse Alderman, por causa de seu talento para conseguir qualquer coisa para qualquer pessoa, como providenciar trabalhos escolares, fazer com que pessoas sejam expulsas da escola, arrumar cerveja para as festas, entre outras coisas, legais ou ilegais... É sabendo dessa fama que Ken Foster, o capitão do time de futebol da escola, pede a ele um trabalho controverso: Ken quer que Bridget Smalley saia com ele. Com seu humor ácido e seu jeito politicamente incorreto de ver a vida, Sway terá que encarar o trabalho mais difícil que já teve: sufocar todos os sentimentos que Bridget desperta nele, a única menina verdadeiramente boa que ele conheceu em toda a sua vida.



Resenha

A verdadeira riqueza é medida em segredos, segredos dos outros e os meus próprios. Segredos são poder.
Jesse Alderman, o Sway, é o cara que consegue tudo para todo mundo. Não importa o que as pessoas querem, ele simplesmente faz acontecer. 

Descolado e popular, Sway faz questão de ser invisível quando, na verdade, todo mundo sabe quem ele é e muitos fazem questão de solicitar seus serviços, não importa o quão sujos estes sejam.

Para Jesse, ter poder é um reflexo do que se sabe sobre as pessoas: quanto mais se conhece os segredos delas, mais domínio sobre as situações se tem. E, em meio à sua vida de negócios sujos, à la bad boy indomável, Jesse acaba tendo como tarefa principal conseguir fazer com que Ken Foster, o cara mais popular da escola, se aproxime de Bridget Smalley, a garota dos sonhos de todos os adolescentes do colégio Wakefield. É claro que, com suas artimanhas, Jesse consegue fazer com que Ken e Bridget se aproximem. No entanto, é o Sway que acaba se envolvendo muito mais do que deveria com a garota, se inserindo no mundo dela. Assim, Jesse se torna amigo de Pete, irmão de Bridget, passa a frequentar o Siegel Center, um local que acolhe pessoas com necessidades especiais, e começa a derrubar muitas das barreiras de sua vida.  É dessa maneira que a história se desenrola e temos a chance de conhecer o Sway, embora ele faça questão de mostrar, em alguns momentos, apenas fragmentos de si mesmo. 

Às vezes o que queremos e o que o mundo espera de nós são duas coisas diferentes.

O livro é totalmente narrado sob o ponto de vista do Jesse, que tem um humor ácido que nos faz pensar: "caramba, esse é o tipo de personagem que fala o que pensa, sem se importar com o efeito de suas palavras". E ele é assim mesmo, despudorado, inicialmente mostrando-se negligente aos sentimentos alheios. Isso faz com que o início da leitura seja atrativo, mas passei a maior parte do livro sem saber ao certo se tinha gostado ou não da obra. Confesso que, em alguns momentos da leitura, me diverti bastante, mas em muitos a narrativa não fluiu para mim. 

Por mais descolado que o Sway seja, quando a história começa a se desenrolar, fiquei com a impressão de que o personagem principal é meio inconsistente. 

Caminhar com Bridget era como caminhar com Jesus na estrada para a Galiléia.

Nas primeiras páginas, Jesse era o cara fod@ que dizia não ter sentimentos, não se importava com ninguém e vivia para seus próprios interesses. Isso até ele conhecer a Bridget e ficar em um chove-não-molha que algumas vezes se tornou massante. Quando ele descobre que está apaixonado por ela, que é quase uma santa materializada, o cara começa a mudar mesmo sem perceber e acreditar nisso. Para mim, a inconsistência da história não surgiu pelo casal em si (eles são fofos, partilham quem são de verdade, sem as máscaras impostas pelos outros), mas pelo modo como os sentimentos surgiram muito rápido em um cara que dizia não sentir mais nada por ninguém, muito menos querer permitir isso. 

É claro que há muita coisa envolvida na história, especialmente no que se refere à vida do Jesse e a relação sempre conflituosa com sua família (ele, apesar de tudo, é um cara bacana, que está disposto a ajudar os mais próximos — embora faça isso muitas vezes pelo interesse que tem por Bridget), mas o Sway não me pareceu um personagem muito convincente porque a paixão pela Bridget surgiu de maneira rápida demais. Foi só olhar para garota e voilà, ele cai de amores por ela. Acredito que idealizei o personagem, pensando que a redenção à paixonite pela Bridget não seria rápida nem nos fluxos de consciência dele. Achei que o Jesse seria muito mais resistente ao que sentia por ela.

Além disso, alguns diálogos e situações pareciam desnecessários e eu só comecei a me empolgar de verdade com a história a partir do clímax. Ainda assim, o livro é cheio de referências legais. Confesso que, quando li a sinopse, fiquei pensando muito em um romance mais intenso (refiro-me à carga emocional), mas vou logo avisando que não há nada disso. O foco mesmo é a vida desregrada do Jesse e o universo tumultuado do high school

Pensar, para mim, não é tão simples quanto é para a maioria das pessoas. Leva tempo para repensar todos os ângulos.

Ao terminar a leitura, fiquei pensando no quanto o livro, no início, parecia muito promissor mas, ao final, acabou se tornando comum.

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