Direção: Fatih Akin
Elenco: Diane Kruger, Numan Akar, Dennis Moschitto e Ulrich Tukur
Classificação:
Sinopse: Após o atentado que matou seu marido e filho, Katja Sekerci (Diane Kruger) se vê completamente perdida na vida. Depressiva e suicida,
ela enfrenta os piores dias de sua vida até o momento que a
investigação policial lhe dá um novo motivo para viver: a condenação
daqueles que planejaram e mataram sua família. Esse crime desumano foi causado por dois nazistas fanáticos que queriam massacrar os turcos que trabalhavam, moravam e frequentavam aquele lugar. As lacunas deixadas no processo fazem com que o resultado do julgamento inocente os dois criminosos cujo cometeram esse crime de ódio. Por ter desacreditado da justiça legal, Katja decide que o único meio de obter paz é fazendo justiça com as próprias mãos.
O brilho do cinema alemão
A Alemanha sempre mostrou força e personalidade em suas obras cinematográficas desde seus primórdios. Criador da ficção fantástica, engrandecedor do gênero terror, propaganda nazista, dramas existências pós-guerra. Essas foram algumas das facetas que as películas germânicas tiveram ao longo da história. Hoje, com muita inteligência e cuidado, os cineastas conseguem retomar temas antigos – como o preconceito com estrangeiros, genocídio ou até mesmo o nazismo – adaptando-os para a atualidade. O brilhante A onda, de 2008, é um espetacular exemplo dessa apropriação de acontecimentos históricos aplicados a uma ideia criativa cujo criou um resultado fora do comum. Sua qualidade artística foi tão comentada que colocou o filme para disputar como um dos candidatos alemães na categoria de "Melhor Filme Estrangeiro" do Oscar de 2009, mas acabou perdendo para o longa metragem intitulado O grupo Baader Meinhof, dirigido por Uli Edel (mais conhecido por Noites Violentas no Brooklyn, de 1989, e Corpo em Evidência, de 1993).
Mais recentemente, a nação alemã teve o lançamento de um filme belíssimo que, com toda a certeza, entrará para o hall dos mais cotados longas-metragens do país. O diretor e roteirista alemão - cujo tem descendência turca – Fatih Akin (Do outro lado, de 2007) teve o seu filme Em pedaços agraciado pela crítica. Ganhador do Globo de Ouro, Critics' Choice Movie Awards e Satellite Awards na categoria "Melhor Filme Estrangeiro", o longa de Akin aborda uma temática muito própria e sensível ao diretor. Talvez por essa razão que o trabalho tenha sido tão belo e perfeito nos mínimos detalhes – isso e a atuação esplêndida de Diane Kruger.
Com um tema completamente atual e emocionante, Em pedaços faz com que o espectador desabe e se aprofunde na angústia da personagem de Kruger. O cuidado posto em cada cena é algo digno de elogios. A fotografia, o design de produção e
a direção são fatores extremamente importantes para a composição
emotiva da película. Talvez essa seja a obra mais sensível que Akin já fez. É muito claro que todo o trabalho foi minuciosamente pensado para que o resultado final fosse encantador. O roteiro também feito por Fatih Akin é um trabalho de excelência.
Outro fator que merece uma observação a parte é a atuação de Diane Kruger (Bastardos Inglórios, de 2009). Nunca em sua carreira houve um papel
que lhe exigiu tanto e, igualmente, lhe proporcionou a chance de
mostrar todo o seu talento. Ela está simplesmente sublime ao viver essa
mulher que perde completamente
o chão ao perder de forma tão brutal o amor de sua vida e o seu filho
de apenas 5 anos. Chega um momento do filme que é impossível se manter
parado na poltrona. A cada passo que Katja dá, todo o cinema vai ao delírio com medo do que acontecerá a seguir. O trabalho de Kruger é arrebatador. E nada mais justo do que suas vitórias, tanto no Festival de Cannes como no Satellite Awards, na categoria de "Melhor Atriz".
Em pedaços é uma obra-prima do cinema alemão, daquelas obras que jamais serão esquecidas. Sua desenvoltura nos âmbitos arte e protesto foi muito bem-sucedida. A sétima arte será eternamente grata por esse presente brilhante. O mundo, porém, agradece muito mais alto por Fatih Akin
ter dado vida a um projeto que fala de uma realidade dolorosa, onde a
xenofobia impera e pessoas comuns não podem dormir em paz. O medo e a
raiva descabida que o filme retrata com o casal nazista representa toda a
barbárie que existe ao redor do mundo; representa todos os que se negam
para estender a mão a um imigrante necessitado. Akin cpresenteou o mundo com um filme com valor humano.
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