Crítica | Minha Vida em Marte


Titulo: Minha Vida Em Marte
Direção: Susana Garcia
Roteiro: Susana Garcia
Elenco: Mônica Martelli, Paulo Gustavo, Marcos Palmeira, Ricardo Pereira, Fiorella Mattheis
Gênero Comédia
Classificação: 
Sinopse: Fernanda (Monica Martelli) está casada com Tom (Marcos Palmeira), com quem tem uma filha de cinco anos, Joana (Marianna Santos). O casal está em meio ao desgaste causado pelo convívio por muitos anos, o que gera atritos constantes. Quem a ajuda a superar a crise é seu sócio Aníbal (Paulo Gustavo), parceiro inseparável durante a árdua jornada entre salvar o casamento ou pôr fim a ele.

                                                                Resenha

Minha Vida Em Marte traz de volta as peripécias de Fernanda, a personagem mais marcante de Mônica Martelli, agora casada há 8 anos com Tom (Marcos Palmeira) - que nos foi apresentado no filme anterior Os Homens são de Marte... É Pra Lá Que Eu Vou. No mais novo longa, o que antes era a paixão avassaladora, agora é uma relação desgastada e gritando com socorro. A monotonia e uma série de questões tornaram o casamento praticamente insustentável, o que traz uma questão: continuar investindo numa relação por causa de tudo que foi vivido ou simplesmente deixar que ela termine?

Dirigido por Susana Garcia, irmã de Mônica, o filme não te dá opções o suficiente pra que a decisão não seja a óbvia. Isso porque o retrato de Tom é um homem que não consegue ser companheiro, amante ou bom marido. Seu ponto alto é simplesmente ser um bom pai. Não há decisões conjuntas, há apenas o que ele acha que é certo, o que ele decide como correto e tudo que vem depois é uma problemática desnecessária, comum em relações longas. A verdade é que o roteiro induz o telespectador a detestá-lo e não há espaço pra sentir nenhum tipo de simpatia pelo personagem.

O roteiro acerta em ser realista no comportamento das pessoas em relação aos términos. O que fazer quando se tem a casa só pra você? Como assim você não sabe o que a pessoa está fazendo àquela hora? Será que a pessoa está conseguindo seguir em frente? Quanto tempo tal leva pra te esquecer? Essas são algumas questões que Fernanda enfrenta e pra sua sorte, ela não está sozinha.

Quem não precisa de um fiel escudeiro? Alguém que possa contar em todas as horas, todos os momentos, nas alegrias e nas roubadas? Essa pessoa, para Fernanda é Aníbal, personagem de Paulo Gustavo. Diferentemente do primeiro longa, em quem tal faz apenas uma participação, nesse, Aníbal é tão protagonista quanto Fernanda e é exatamente aqui que o filme acerta. Com uma química invejável, sintonia impecável e um timing excelente, Paulo e Mônica transparecem a amizade da vida real com a dos personagens e imprimem na tela um realismo e veracidade as situações, mesmo que tais pareçam absurdas.

Talvez a sinopse dê a entender que este filme é sobre um casamento de anos e como Fernanda e Tom lidam com ele, mas esse não é o caso. É sobre relações e como elas se estabelecem, sejam tais conjugais ou de amizade, seja maternais ou de negócios, mas não se engane, a presença de Paulo e Mônica não torna o longa uma comédia esgarrada. Esse nunca foi o objetivo. Ao invés disso, a opção do comum torna ele mais palatável e identificável. Os retratos podem ser facilmente reconhecíveis e esse é o ponto mais forte do roteiro. 

Apesar de não sofrer com um dos principais problemas dos filmes brasileiros – os diálogos irreais e vocabulários formais demais para o cotidiano – o filme não tem um peso de se tornar algo memorável e talvez esse não seja o objetivo. Ele te entrega exatamente o que prometeu. Nem mais, nem menos. O que não chega a ser uma decepção, é apenas o básico.

Minha Vida em Marte é divertido, dosado, regado de bom humor, excelente química entre os protagonistas, sem cometer grandes deslizes. É um bom divertimento para aqueles que buscam um filme leve e agradável, com situações de fácil identificação, o que o torna uma boa comédia, nada além disso.

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